Modernização caricata e acumulação capitalista na Amazônia: o caso da região de Carajás

Abstract

O artigo demonstra que, na região amazônica de Carajás, o ideário de transformação por via de modernização impulsionou diversas estratégias desenvolvimentistas cujos resultados diferem das expectativas. Nas cidades, há a subsunção das lógicas de ordenamento do espaço urbano a uma racionalidade intimamente atrelada à valorização mercantil do solo. Na esfera da produção, conformou-se um ambiente institucional no qual os agentes econômicos mais relevantes patrocinam práticas ambientalmente deletérias e dificultam a implementação de paradigmas tecnológicos com maior perspectiva de sustentabilidade ambiental e social. Entre outras esperanças malogradas, há uma crescente ocupação de espaços da esfera política pelo campo religioso. Conclui-se que tais desdobramentos não deslegitimam ou inviabilizam a intervenção social voltada para a busca por eficiência econômica, equidade social e prudência ecológica, mas requerem um profundo conhecimento da realidade regional e a organização de novas instituições em harmonia com a perspectiva complexa e territorializada do desenvolvimento em bases sustentáveis.

A Contribution towards Sustainable Development in the Amazon Based on a Socioeconomic and Environmental Analysis of Visceral Leishmaniasis in the State of Pará, Brazil

“…The presence of HVL in the urban areas of all the mesoregions studied, especially in Southeastern Pará, indicates a possible process of urbanization of the disease associated with disordered population growth and the resulting socio-spatially segregated areas and the formation of structural poverty belts [ 32 , 50 , 51 , 52 , 53 ]. Such areas generally have a low economic level, a lack of environmental sanitation and precarious housing conditions, which amplify the risk factors and are conducive to the physiological and evolutionary demands of the vector, due to the presence of domestic and synanthropic animals and the precarious sanitary conditions.…”

“…The failure to demarcate traditionally occupied lands has favored land-grabbing processes and the expulsion of families from the countryside to the city. That has led to the formation of new peri-urban population centers located near riverbanks and residual forest areas and to a process of disordered urbanization, which contribute to the cycle of transmission of HVL [ 17 , 18 , 19 , 20 , 53 ].…”

“…Within this context the southeastern mesoregion of Para, which plays an important role in the Pará economy and reported 1376 cases of the disease, is one of the most critical regions in the Amazon in terms of changes in vegetation cover. This mesoregion has large mineral reserves and water potential in its territory that have been a magnet for large development projects managed by national and international conglomerates, as well as presenting an established scenario of the disease, showing a process that reflects the inequality of the distributive structure based on the polarization of wealth, the spatial segregation of poverty and socioeconomic and territorial disparities [ 21 , 32 , 53 ].…”