Primeiramente, nada que possa ser expressado na presente dedicatóriae obviamente na presente dissertação como um todopoderá conter em si a real saudade e a potência de uma única vida perdida. É com muito pesar, portanto, que dedico este trabalho às vítimas da pandemia da COVID-19, e a tantos outros que, assim como eu, perderam conhecidos, familiares, amores e deixaram, por vezes, de sonhar e conseguir se firmar no mundo por conta das perdas imateriais. A todas as pessoas que convivem com o sofrimento psíquico gerado pelo Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. O TDAH, como é mais conhecido, é um transtorno do neurodesenvolvimento, reconhecido oficialmente por diversos países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e que está envolto pelo grande problema da aceitação social. Para além de tanta ambiguidade e controvérsia que os diagnosticados ainda estão sujeitos a passar, são os impactos sociais decorrentes deste transtorno que mais causam danos à vida amorosa, profissional e acadêmica daqueles que o possuem.A todo o povo brasileiro, em especial a todos que vivem na "fictícia" região chamada Nordeste, que dentre já tantas dificuldades relacionadas ao acesso à saúde de qualidade, enfrentam as dificuldades impostas pela condição das doenças periodontais. Na sua forma mais grave, a periodontite é, atualmente, a principal causa da perda de dentes, com impactos importantes também para a qualidade de vida e saúde sistêmica. Em uma organização políticaseja no Brasil, ou mundo aforaque parece se conformar com uma aparente ideia de "darwinismo odontológico", onde há aqueles que podem usar os dentes para comer e aqueles que sequer tem dentes ou o que comer; onde há aqueles que podem usar a boca para falar e se posicionar socialmente e aqueles que sequer podem sorrir para tal, falar sobre periodontite, infelizmente, se diluiu em meio a contemporaneidade. Em meio a essa penumbra que torna difícil vislumbrar determinados futuros, resta a nós, cirurgiões-dentistas e periodontistas, lutar por esta causa.Dedico este trabalho a minha pessoa, por ter sobrevivido à pior primavera do hemisfério sul que passei nos últimos tempos, ocorrida na Rua Engenheiro Saint Martin, apartamento 145. Perdi a autoestima, a autoconfiança, as firmezas que tinha sobre futuros trajetos e uma pessoa que eu amava. Pertencimento não é algo que se gera espontaneamente, muito menos algo que se cria para si. Estamos todos sujeitos às intempéries, mas de maneiras diferentes.