Edson do Carmo INFORSATO 2
IntroduçãoA produção acadêmica sobre a formação continuada de professores no Brasil é consensual quanto à sua finalidade estar a serviço do aperfeiçoamento contínuo da prática profissional dos docentes, com preocupações centradas na busca de melhorias na qualidade do serviço educacional prestado à comunidade escolar. Esse discurso, contudo, está passível de críticas, já que estudos têm demonstrado que a implicação das ações de formação continuada tem resultado poucos efeitos sobre as práticas profissionais dos professores, especialmente no que se refere a alterações significativas nas práticas e mudanças de concepções acerca do ensino e do papel da escola. Assentase, nesse sentido, um verdadeiro paradoxo formativo. Por que a maioria das ações formativas não alcança seus objetivos de alterar, mudar, inovar as práticas profissionais dos professores passado algum tempo da ação de formação? Quais estratégias mostramse férteis para alavancar a formação continuada de professores? Essas questões desafiam pesquisadores e práticos na área há tempos, e embora a produção sobre a formação continuada tem-se mostrado crescente, poucas são as certezas sobre estas questões.Nesse momento arriscamos uma contribuição ao debate insistindo na necessária discussão relativa à epistemologia da formação continuada, a qual mantém íntima relação com a nossa proposta de atrelar a formação continuada de professores a processos de análise de necessidades formativas, considerando tal ligação como condição para se efetivar mudanças nas práticas profissionais. Para justificar nossa defesa, propomos nesse artigo realizar um ensaio sobre as questões conceituais relativas