ResumoA juventude tem ganhado mais espaço na mídia, nas pesquisas acadêmicas e nos debates públicos, especialmente, por ser um grupo social que vivencia diversos contextos de vulnerabilidade. Em resposta às situações adversas que permeiam a vida dos jovens, tem-se a criação do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) que, em 2008, passa a ser executado a partir de quatro modalidades (Adolescente, Urbano, Trabalhador e Campo). Tal pesquisa aconteceu na modalidade Projovem Urbano (PJU) e objetivou analisar a relação juventude-violência, a partir do ponto de vista dos jovens, e a contribuição do PJU para essa questão. Foram realizadas onze entrevistas semiestruturadas com os jovens do PJU, bem como a análise documental da sua estrutura curricular. Esses dados foram analisados a partir do Método Comparativo Constante (MCC), baseado na Teoria Fundamentada, que busca compreender o fenôme-no sob a perspectiva dos participantes. Os resultados demonstraram que o tema da violência aparece frequentemente na fala dos jovens sob a forma de exemplos e indicações de possíveis determinantes, e também que os jovens se confi guram como autores, vítimas e expectadores da violência. A respeito da contribuição do PJU, percebe-se que o programa contempla em seu currículo a temática da violência, embora as discussões e debates não alcancem todos os jovens participantes. Conclui-se que o PJU deve avançar no sentido de investigar seus efeitos para os jovens e melhor defi nir o método de operacionalização do currículo, contribuindo para redimensionar as possibilidades de mudanças e construção de novos projetos de vida para os jovens usuários.Palavras-chave: Projovem urbano, juventude, violência, política pública.