Interfaces da vida loka: Um estudo sobre jovens, tráfico de drogas e violência em São Paulo

Discursos e imagens da violência

“…It was surprising to find some situations permeated with strategies, myths, legend and stories elaborated to coexist with death and violence. The myth of the devil (Taussig, 2010), a stone reminiscent of the "Onfalô" (Chevalier and Gheerbrant, 1989) and the "quebradas" of the "crazee life" language (Malvasi, 2012) revealed the diversity of psychological and cultural resources needed by the Vila's population in order to survive.…”

“…In the latter stages of the field work, interaction with a local resident explained the situation concerning images of violence. We saw it as relevant that the discourse of the interviewee's narrative was ragged, fragmented, non-linear, characteristic of the life of the "quebradas" and of the language of the "vida loka -crazee life", as expressed by young people and shown by Malvasi (2012). Writing up this narrative required much construction of the text (preserving the content), as some of the statements were unintelligible: an overview of information and chaotic episodes, isolated phrases without connection, moments of weeping, in other words, completely unstructured.…”

Inserções etnográficas ao universo do crime: algumas considerações sobre pesquisas realizadas no Brasil entre 2000 e 2017

“…Barbosa avança em uma compreensão das múltiplas categorias nativas que são acionadas pelos seus interlocutores, abrindo caminho para a construção de um léxico criminal. A exploração de uma teoria etnográfica do crime influenciou diversas pesquisas, como as de Carolina Grillo (2008), Adalton Marques (2007aMarques ( , 2007bMarques ( , 2009Marques ( , 2010Marques ( , 2014Marques ( , 2017, Paulo Malvasi (2012), Diogo Lyra (2013) e Karina Biondi (2010Biondi ( , 2014. Misse constrói categorias que abrirão caminho para outras pesquisas, notadamente a de mercadoria política, em que se articulam os mundos do crime e da polícia, da economia e da política.…”

“…A tese de doutoramento de Hirata (2010) apresenta os papéis desempenhados pelos atores de um ponto de venda de drogas, suas relações com o transporte clandestino e uma birosca, e as relações entre a polícia e o PCC. Paulo Malvasi (2012), em sua tese, apresenta relações entre o tráfico de drogas e o sistema socioeducativo, destacando a flexibilidade, o empreendedorismo e a violência como recursos. Marisa Fefferman (1997), ainda que orientada por premissas teóricas diferentes, explora os sentidos do tráfico de drogas como um mercado de trabalho de jovens e adolescentes.…”

“…Alguns trabalhos abordam os chamados debates, uma espécie de "juízo" conduzido por praticantes de crimes, envolvendo ladrões e, por vezes, moradores de periferia que não estão envolvidos em atividades criminais. Feltran (2012), Malvasi (2012), Marques (2007b), Biondi (2010) e Telles e Hirata (2010) compartilham da interpretação segundo a qual, durante os anos 2000, a política reguladora do PCC, em voga nas prisões desde o decênio anterior, teria se expandido para a periferia de São Paulo.…”