Inclusão de resíduo da cultura de sorgo em painéis aglomerados de eucalipto

Abstract

O objetivo deste trabalho foi avaliar as qualidades físico-mecânicas de chapas aglomeradas de eucalipto produzidas com diferentes quantidades de resíduos da cultura de sorgo. Os painéis foram produzidos com 0, 15, 30 e 45% de bagaço do sorgo e 12% do adesivo uréia-formaldeído. O ciclo de prensagem utilizado foi: pressão de 4,0MPa temperatura de 180 ºC por 20 min. A qualidade das chapas foi avaliada por ensaios físico-mecânicos. Pelas avaliações físicas, todas as propriedades atenderam à norma CS 236-66, sendo que a cada 1% de sorgo acrescentado nos painéis, houve um aumento de 1,4 e 1,6% na absorção de água, a 2 e 24 h de imersão, respectivamente. Para inchamento em espessura, após 2 e 24 h de imersão, não houve efeito significativo com o aumento na porcentagem de sorgo, porém apresentaram valor médio de IE24h apenas de 1,13% acima do exigido pela norma CS 236-66, que é 30%. Em relação às propriedades mecânicas, pode-se constatar que o máximo de sorgo inserido nos painéis, para atendimento a norma CS 236-66, foi de 13%.

Aproveitamento do casquilho de soja para a produção de painéis aglomerados convencionais de baixa densidade

“…Nota-se que houve acréscimo da razão de compactação com o aumento da inserção de resíduo de casquilho de soja no painel, com valores variando de 1,46 a 4,91 (Figura 3). Esse aumento também foi mencionado por outros autores que estudaram o uso de resíduos lignocelulósicos na produção de painéis aglomerados (Silva et al, 2015;Guimarães Junior et al, 2016;Scatolino et al, 2013;Scatolino et al, 2017;Silva et al, 2018), sendo inferido pelos mesmos que a baixa densidade dos resíduos utilizados é a principal responsável pela elevação da razão de compactação. Maloney (1993) relata que a faixa ideal de razão de compactação se encontra entre 1,3 e 1,6.…”

“…consequentemente, maiores exposições de sítios hidroxílicos podendo levar a uma maior afinidade deste material com a água (Guimarães Junior et al, 2016).…”

“…Esse comportamento de MOE e do MOR em função da adição de resíduos lignocelulósicos nos painéis aglomerados tem sido relatado por diversos outros autores na literatura (Cravo et al, 2015;Scatolino et al, 2013;Guimarães Junior et al, 2016;Scatolino et al, 2017;César et al, 2017;Silva et al, 2018;). Segundo Guimarães Junior et al (2016) e Scatolino et al (2017 uma possível explicação para a diminuição das propriedades mecânicas dos painéis aglomerados convencionais consiste na baixa densidade do resíduo e, consequentemente, aumento da razão de compactação, resultando na menor disponibilidade de adesivo por partícula.…”

Painéis MDP produzidos com resíduos de extração de celulose

“…Todos os valores de razão de compactação obtidos pelos tratamentos se apresentaram dentro da faixa ideal, sendo observado o aumento dos valores médios a medida que aumentou a porcentagem de utilização de resíduo UKP. Quando se utiliza resíduo agrícola e/ou florestal na produção de painéis, essa razão de compactação tende a ser maior uma vez que a densidade desses resíduos é menor que as partículas de madeira (Mesquita et al, 2015;Guimarães Junior et al, 2016;Scatolino et al, 2017;Silva et al, 2018).…”

“…Na produção de painéis de madeira reconstituída podem ser utilizados todo e qualquer material lignocelulósico, tornando-se possível a criação de um material com características sustentáveis e excelentes propriedades físico-mecânicas (Fiorelli et al, 2012). Dessa forma, vários pesquisadores têm apresentado trabalhos sobre o emprego de resíduos agrícolas, agroindustriais e florestais na produção de painéis aglomerados, como o bagaço de cana-de-açúcar (Mesquita et al, 2018;Nakanishi et al, 2018); sabugo de milho (Scatolino et al, 2013); casca de mamona (Silva et al, 2018); casca de arroz (César et al, 2017); bagaço de sorgo (Guimarães Junior et al, 2016); pergaminho do grão de café (Scatolino et al, 2017); podas de erva mate (Carvalho et al, 2015); pseudocaule da bananeira e palha de milho (Silva et al, 2015).…”