2002
DOI: 10.1590/s0104-71832002000200004
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Genealogia de objetos e antropologia da objetivação

Abstract: O artigo defende a idéia de que a questão da gênese social de técnicas deve ser abordada levando-se em conta prioritariamente aquilo que se chama, por convenção, de "escolhas técnicas", invertendo o procedimento habitual para estudá-las. Ao invés de explicações tautológicas que visam a esclarecer as vantagens adaptativas que tornariam necessárias a emergência de uma técnica, questiona-se, aqui, as determinações negativas da escolha: por que tal técnica não apareceu em tal contexto particular que a tornaria pos… Show more

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“…Ainda assim, há que se atentar para as diferenças, como aquela relativa aos filhotes criados por caçadores, que não são equivalentes aos animais domesticados, já que eles estão ali apenas na qualidade de hóspedes. Com isso, ele volta à importante distinção (que viria a ser bastante elaborada por Descola [2002]) entre familiarização ou doma (tame) e domesticação em sentido estrito (breeding), que fora explorada em HPR, mas agora num plano de generalidade acerca das formas de relação entre humanos e animais.…”
Section: Intencionalidade E Voliçãounclassified
“…Ainda assim, há que se atentar para as diferenças, como aquela relativa aos filhotes criados por caçadores, que não são equivalentes aos animais domesticados, já que eles estão ali apenas na qualidade de hóspedes. Com isso, ele volta à importante distinção (que viria a ser bastante elaborada por Descola [2002]) entre familiarização ou doma (tame) e domesticação em sentido estrito (breeding), que fora explorada em HPR, mas agora num plano de generalidade acerca das formas de relação entre humanos e animais.…”
Section: Intencionalidade E Voliçãounclassified
“…Os estudos etnográficos ilustram que as tecnologias, ademais de suas contingências econômico-sociais e materiais/adaptativas, estão imersas em um conjunto maior de relações práticas e simbólicas que as sociedades estabelecem com a natureza (Descola 2002, Silva 2000. Deste modo, a produção material constitui instâncias polissêmicas que codificam e comunicam relações sociais e conteúdos ideológicos, pelo que resulta perigoso criar uma separação taxativa entre os modos como o ambiente é usado e as formas de representação que lhe são dadas (Descola 2002;Politis 2000;Silva 2000).…”
Section: Os Limites De Uma Etnoarqueologia Da Cerâmica Matisunclassified
“…Deste modo, a produção material constitui instâncias polissêmicas que codificam e comunicam relações sociais e conteúdos ideológicos, pelo que resulta perigoso criar uma separação taxativa entre os modos como o ambiente é usado e as formas de representação que lhe são dadas (Descola 2002;Politis 2000;Silva 2000).…”
Section: Os Limites De Uma Etnoarqueologia Da Cerâmica Matisunclassified
“…Para tentar compreender as razões de uma determinada escolha e uso de uma técnica, Descola (2002) propõe, portanto, o conceito de "objetivação", através do qual critica a abordagem causal promovida por Leroi-Gourham e a própria tecnologia cultural perorada por Cresswell. Utilizando como exemplo os indígenas das terras baixas sul-americanas, o autor afi rma que, embora antes da chegada dos europeus os índios possuíssem nível técnico similar àquele dos habitantes da Nova Guiné, diferentemente destes últimos, não enveredaram para a domesticação de animais para fi ns alimentares.…”
unclassified
“…Utilizando como exemplo os indígenas das terras baixas sul-americanas, o autor afi rma que, embora antes da chegada dos europeus os índios possuíssem nível técnico similar àquele dos habitantes da Nova Guiné, diferentemente destes últimos, não enveredaram para a domesticação de animais para fi ns alimentares. A razão dessa escolha não seria identifi cável, portanto, a partir das características intrínsecas à causalidade material, mas seria devida a fatores cosmológicos, que estabelecem uma relação anímica entre seres humanos e "animais", baseada na lógica da predação (Descola, 1992(Descola, , 2002. Diferentemente do que ocorre na Nova Guiné, continua o autor, por motivações simbólicas, os ameríndios não podem domesticar os "animais" para fi ns alimentares porque isso implicaria em torná-los "objetos", e, portanto, subtrair-lhes a condição de pessoa, que os caracteriza nessas ontologias.…”
unclassified