Frequência Cardíaca Máxima Medida Versus Estimada Por Diferentes Equações Durante O Teste De Exercício Cardiopulmonar Em Adolescentes Obesos

Abstract

Objective: To compare the values of measured maximum heart rate (HRmax) and maximum heart rate estimated by different equations during the cardiopulmonary exercise test (CPET) in obese adolescents.Methods: This is a cross-sectional study. Adolescents aged between 15 and 18 years old, with obesity (BMI Z-score>2.0) were included. Demographic and anthropometric data were collected, followed by CPET, recording HRmax. The highest heart rate reached at peak exercise was considered as HRmax. The comparison between measured and estimated HRmax values was performed using four previous equations. Descriptive statistics and the ANOVA test (Bonferroni post-test) were used.Results: Fifty-nine obese adolescents were included, 44% of them male. The mean age was 16.8±1.2 years old and the BMI (Z-score) was 3.0±0.7. At peak exercise, the mean HRmax (bpm) was 190.0±9.2, the respiratory coefficient was 1.2±0.1, and the VO2max (mL/kg/min) was 26.9±4.5. When comparing the measured values of HRmax with those estimated by the different formulas, the equations “220-age”, “208-0.7 x age” and “207-0.7 x age” were shown to overestimate (p<0.001) the measured HRmax results in obese adolescents. Only the “200-0.48 x age” equation presented similar results (p=0.103) with the values measured in the CPET. Conclusions: The findings of the present study demonstrate that the equation “200-0.48 x age” seems to be more adequate to estimate HRmax in obese adolescents.

Equações utilizadas para a predição de frequência cardíaca máxima na população pediátrica não atlética: uma revisão sistemática

“…Embora na população adulta parece que a equação "220 -idade" é adequada para estimar os resultados da FCmáx, na população pediátrica não atlética essa estimativa pode causar erros nas predições, baseada em nossa revisão [22]. Dois estudos mostraram que a equação "208 -(0,7 × idade)" foi a fórmula mais testada e adequada em grande parte para predizer os resultados da FCmáx, apesar de outra pesquisa ter superestimado esses resultados [1,16,23].…”

“…Além disso, já é esperado que sujeitos do gênero masculino costumam atingir FC mais elevadas, quando comparadas ao sexo feminino. Já outro estudo, relatou que a equação "208 -(0,7 × idade)" superestimou os achados de FCmáx [16]. Esses achados podem ser relacionados aos participantes serem em grande maioria do sexo feminino e com sobrepeso ou obesidade, diferenciando-se das amostras dos estudos anteriores [1,23].…”

“…Isso pode justificarse pelo fato de que a equação foi baseada somente em amostras adultas (27 até 78 anos), utilizando um protocolo com aumentos de velocidade/inclinação associados, o que poderia levar a um estresse cardiovascular excessivo, atingindo valores maiores de FCmáx [28]. Além disso, apenas o estudo de Heinzmann-Filho et al testou a equação "200 -0,48 × idade" em amostras pediátricas não atléticas, com o estado nutricional elevado (sobrepeso/obesidade) [16]. A equação "200 -0,48 × idade" estimou adequadamente a FCmáx de crianças obesas, o que poderia ser atribuído ao fato de que a equação proposta também foi oriunda de amostras com obesidade.…”

“…Uma das limitações do presente estudo se caracteriza pela inclusão de um estudo pediátrico obeso nos nossos resultados [16]. No entanto, acreditase que isso não comprometa os achados obtidos, considerando que as outras pesquisas não relataram o estado nutricional de suas amostras, podendo conter sujeitos com sobrepeso e obesidade [1,22,23].…”

“…Atualmente, existem diversas fórmulas para a predição da FCmáx na literatura, sendo as equações de Karvonen et al e de Tanaka et al as mais investigadas e utilizadas em laboratórios de fisiologia do exercício [12][13][14][15][16][17]. Karvonen et al, em 1957 atribuiu a equação de FCmáx baseada na subtração de "220" da idade cronológica do avaliado, sendo recomendada pela American College of Sports Medicine.…”