Foucault e a crítica à institucionalização da educação: implicações para as artes de governo

Abstract

O trabalho aborda a concepção de crítica em Foucault como estratégia de questionamento, de tensão, de ação e de transformação nos excessos de governo presentes no campo da Educação. A hipótese desenvolvida é a de que o sentido da crítica se atualiza para a Educação, à medida que se age na direção de transformar as suas relações institucionais. Para tanto, o artigo articula duas etapas analíticas. Primeiro, investiga os efeitos da governamentalização na instituição escolar em três níveis: a associação da escola com as artes de governo, o papel do professor na arte de governar e a função dos discursos oficiais na manutenção da instituição escolar sob os efeitos de governo. A seguir, dedica-se a analisar a própria dimensão da crítica e de suas consequências na Educação, por intermédio da arte de não ser governado, da insubmissão voluntária e da reflexão indócil, da atitude-limite e da atitude-experimental.

O poder na educação pública e privada

“…Com a institucionalização e a privatização do sistema educacional emergem uma série de questões de influência de origem nos primórdios das discussões foucaultianas, mas que são atuais na contemporaneidade (GALLO, 2014). As tensões e questionamentos quanto às ações e relações e jogos de poder, bem como os excessos de governo no campo da educação com objetivo de moldar indivíduos dentro de um conjunto específico de possíveis experiências e exigências, mas que impõe à sociedade integrar padrões conforme sua concepção, fazendo uma associação do ensino com suas estratégias de governo (CARVALHO, 2014).…”