Formação de professores em Educação Física pós-BNCC

Abstract

Problematizamos o modelo de formação docente preconizado pós a implementação da BNCC, tendo por objetivo, investigar como a Resolução DCN-EF converge para a adequação curricular nos cursos de Educação Física. Para tanto, tecemos o diálogo entre a concepção hegemônica das políticas, os elementos das legislações e a concretude do trabalho docente. Concluímos que secundarizou-se o acesso ao conhecimento científico, privilegiou-se o desenvolvimento das competências/habilidades em situações práticas e na Educação Física perpetuou-se a fragmentação e a descaracterização da identidade epistemológica.

A formação inicial de professores em educação física: pensando acerca da pedagogia histórico-crítica

“…Na plataforma GA, os resultados foram bem expressivos, totalizando 6.970 trabalhos (artigos científicos) em um período de cinco anos, desses trabalhos apenas 3 estudos mais se aproximavam da temática em debate. Contudo, desses 3 artigos intitulados, "A atividade de ensino na educação física com fundamento na Pedagogia Histórico-Crítica" (Ferreira, 2017), "Relação teoria-prática na formação inicial de professores de educação física: apontamentos sobre o estágio supervisionado" (Silva;Silva, 2021) e "Formação de professores em educação física pós BNCC" (Gomes;Souza, 2021), estavam duplicados em praticamente todas as páginas dos resultados das buscas. Entretanto, para a análise e discussão foi selecionado da plataforma GA, o artigo de Gomes e Souza (2021), pois foi o estudo que trabalhou de forma específica a formação inicial de professores de Educação Física, principalmente na atualidade e pós as atualizações documentais.…”

“…Dessa forma, podemos compreender que essa perspectiva de fragmentação implantada pelos modelos políticos atuais, mencionados nos documentos que normatizam a educação básica em todo o país, sugerem uma formação que seja pautada na aquisição de habilidades e de competências para atuar em áreas a parte que compõe o mesmo curso, ou seja, esse modelo acaba formando de maneira segregada o trabalhador da escola (caracteriza pelo trato pedagógico do conhecimento) e o trabalhador liberal autônomo, caracterizado pelo trabalho técnico com perfis mercadológicos do conhecimento (Gomes;Souza, 2021).…”

“…Contudo, é importante rompermos com os modelos de formação que sigam os interesses puramente produtivos para que não sejamos meramente reprodutores de uma sociedade capitalista. É preciso que tenhamos um cenário com formação emancipadora, que possibilite aos indivíduos repensarem e reafirmarem os seus papéis enquanto partes do processo histórico, com base em tudo aquilo que executa diariamente, por meio da ação pedagógica, da formação como cidadão e da construção do conhecimento que compreende a escola e a universidade (Gomes;Souza, 2021). Para isso, ainda de acordo com os autores, para que haja essa mudança é necessário que professores se aproximem dos movimentos sociais de luta pela classe da qual faz parte com o interesse de construir um modelo atualizado de formação que priorize o trabalhador.…”