“…Contudo, ainda que Marx tenha entendido a acumulação primitiva como um momento histórico em que ocorreu a violenta expropriação camponesa, a expropriação capitalista para Marx não é, como muitas vezes assumido, uma fase histórica pontual de violência aberta que ao fim gerou a "normalização" da coação econômica sobre os trabalhadores "livres". Em diversas passagens dO Capital, Marx reafirma a necessidade de sucessivas expropriações como pressuposto para expansão das relações sociais capitalistas, uma vez que o capital, como um fim em si mesmo, deve ser sempre valorizado para continuar a existir (GONÇALVES, 2019(GONÇALVES, , p. 2869FONTES, 2010, p. 63). No próprio capítulo 24 sobre "A assim chamada acumulação primitiva", Marx explica que "a relação capitalista pressupõe a separação entre os trabalhadores e a propriedade das condições da realização do trabalho", mas "Tão logo a produção capitalista esteja de pé, não apenas conserva essa separação, mas a reproduz em escala cada vez maior."…”