Filmes e revestimentos comestíveis: conceito, aplicação e uso na pós-colheita de frutas, legumes e vegetais

Abstract

Até recentemente, o sabor e a aparência eram os mais importantes atributos de frutas e outros vegetais frescos, mas, atualmente, os consumidores estão mais preocupados com a segurança de alimentos e os valores nutricionais, exigindo o uso de menos produtos químicos em frutas e vegetais. Nesse contexto, muita atenção tem sido dada à busca de substâncias naturais capazes de agir como antimicrobianos e antioxidantes sendo uma alternativa aos produtos utilizados na nanutenção da qualidade dos alimentos. Este aumento do interesse foi intensificado devido às preocupações sobre os recursos naturais limitados da reserva de combustível fóssil e o impacto ambiental causado pelo uso de materiais de embalagem à base de plástico não biodegradáveis. A demanda por produtos renováveis e biodegradáveis tornou-se uma estratégia importante no esforço para reduzir o impacto poluidor das embalagens no meio ambiente. Para superar este problema, pode-se utilizar uma abordagem de revestimento comestível onde os biopolímeros emergem como possíveis substitutos para materiais de embalagem à base de petróleo. Conhecidos como “plásticos verdes” ou bioplásticos eles são oriundos de polímeros biodegradáveis como amidos, celulose, alginato de sódio dentre outros, com numerosos estudos sendo conduzidos para investigar a capacidade de coberturas comestíveis afim de preservar a qualidade e prolongar a vida útil de frutas e hortaliças frescas ao agirem regulando as atividades metabólicas dos frutos além da adição de ingredientes ativos que interagem com o produto.

Ciência dos Alimentos: Pesquisa e Aplicações - Volume 1

“…A sua aplicação dependerá da força entre as moléculas poliméricas do revestimento e da força de atração entre o revestimento e o substrato, o que podendo ser feito por pincel ou por imersão em solução filmogênica (BARBOZA et al, 2022).…”

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO PÓS-COLHEITA DOS FRUTOS DO UMBUZEIRO (Spondias tuberosa L.) SUBMETIDOS AO REVESTIMENTO COM CERA DE ABELHA E FÉCULA DE MANDIOCA

“…Segundo Barboza et al, (2022) o conceito de utilizar filmes comestíveis (FCs) e revestimentos comestíveis (RCs) em alimentos remota a década de 1950. Revestimento comestível é uma película formada na superfície do alimento, especialmente nas frutas, e tem como função principal controlar perda de gás e vapor de água, tendo em vista diminuir a deterioração do alimento.…”

Estudo Prospectivo de Patentes sobre Revestimento Comestível em Pescado

“…No ano seguinte, foram registrados três documentos e em 1999, foi o ano em que apareceram a maior quantidade de patentes (5) relacionadas ao conjunto de termos utilizados, conforme verificado na Figura 1. duas patentes se referiam a revestimento contendo pescado em sua composição, uso de miudezas de peixe ou levedura, como fonte de proteína para produção de agente gelificante que constitui o revestimento (AU1648292A) e a adição de óleo de peixe com o intuito de incorporar ácidos graxos ômega-3 em produtos alimentícios (AU2007285932A1). Para Barboza et al (2022) a gelatina desenvolvida com resíduos de pescado tem sido uma boa alternativa na substituição de outras fontes, como pele suína e bovina, devido as doenças nesses animais, como a febre aftosa e a vaca louca. Além de gelatinas, a quitosana também é utilizada como matriz em revestimentos comestíveis, podendo ser obtida a partir de escama de peixe e exoesqueleto de crustáceos.…”

“…Os documentos patenteados em 1999, 2005 e 2009 utilizaram diferentes proteínas concentradas para elaborar as camadas de revestimentos. Os revestimentos comestíveis são comumente compostos por biopolímeros, sendo as proteínas, os polissacarídeos e os lipídios os mais utilizados em sua formação, podendo ser aplicados por sistemas de bicamadas (Barboza et al, 2022;Costa et al, 2017).…”

“…Essa técnica apresenta como principais atributos, ser atóxica e não poluente, biodegradável, servir como barreira ao O2 e CO2, umidade e possuir propriedades de formação de um filme (Dehghani et al, 2018). No entanto os revestimentos comestíveis são utilizados como embalagens primárias e não substitui totalmente as embalagens tradicionais, sendo necessária uma embalagem secundária por razões de manuseio e higiene (Barboza et al, 2022).…”