Experiência e subjetivação política nas ocupações estudantis no Rio Grande do Sul

Abstract

RESUMO O tema do artigo são as formas de apropriação por adolescentes da experiência de ocupações de escolas no Rio Grande do Sul (RS) em maio e junho de 2016. Tem como objetivo compreender de que modo essa experiência se converteu em um processo de subjetivação política para tais adolescentes, com base em entrevistas semiestruturadas aplicadas a adolescentes que participaram dessas ocupações. Conclui-se que a experiência da ocupação permitiu processos de subjetivação política que promoveram a desidentificação em relação aos papéis sociais previamente formulados de estudante (aprendiz passivo) e adolescente (sem capacidade de pensar e agir politicamente).

Students’ occupations in Brazil in 2015 and 2016: subjects and trajectories

“…From the research standpoint, the notion of experience put forward by E. P. Thompson (2002) was very important, allowing us to treat the occupations as a grassroots movement that modified the everyday experience of subjection, oppression, and discrete resistance into a political experience that involved organization, protest, and rupture (Groppo and Silveira, 2020). Such a notion of experience is aligned with Rancière's (1988) notion of politics, as a revelation of the immanent equality between all human beings, through political subjectivation (Groppo and Silva, 2020).…”

Explorando a cartografia: um estudo sobre as ocupações secundaristas

“…No município de Maringá, no Paraná, estudantes secundaristas ocuparam três colégios, em maio, como forma de denúncia pela falta de merenda escolar (Hoshino, 2016). No Rio Grande do Sul, houve cerca de 158 ocupações entre maio e junho, em oposição a medidas privatizantes do governo estadual e ao projeto Escola Sem Partido, além de manifestação de apoio à greve dos servidores estaduais (Groppo/Silva, 2020). No Mato Grosso, cerca de 22 colégios foram ocupados em junho contra a parceria público-privada proposta pelo governo do estado (Bradock, 2016).…”