Abstract:Este artigo analisa a evolução da estrutura de propriedade de capital e de votos das empresas de capital aberto no Brasil no período 1997-2002. Sua principal contribuição reside em estimar a magnitude dos direitos de voto e de fluxo de caixa do acionista último com a maior parcela do capital votante de cada empresa. Examinam-se, também, as fontes da discrepância entre direitos de votos e de fluxo de caixa, avaliando-se a importância relativa da emissão de ações preferenciais sem direito a voto, acordos de voto… Show more
“…Em particular, tendo em conta que os acionistas minoritários têm pouco incentivo para monitorar a administração, autores têm sugerido que, para melhorar a governança corporativa de uma empresa, bastaria a presença de um acionista majoritário (Hart, 1995;Shleifer & Vishny, 1986). Na prática, vários estudos mostram uma significativa concentração de propriedade e a existência desses acionistas majoritários na Alemanha (Franks & Mayer, 2001), no Japão (Berglöf & Perotti, 1994), na Europa (Faccio & Lang, 2002), em países asiáticos (Claessens et al, 2000), em economias em desenvolvimento (La Porta et al, 1999), e no Brasil (Aguilera et al, 2012;Aldrighi & Mazzer-Neto, 2007; Aldri- Chemla et al (2007) …”
Section: O Efeito Econômico Dos Acordos De Acionistas E Cláusulas Vinunclassified
“…Nesses países, a estrutura de propriedade de companhias abertas é mais concentrada e, em geral, elas possuem um acionista majoritário, muitas vezes um indivíduo ou família, que detém a maioria dos direitos de voto da empresa. Por exemplo, no Brasil, as empresas listadas na BM&FBovespa possuem, em sua maioria, acionistas majoritá-rios detentores da maioria do capital votante (Aguilera, Kabbach, Lee, & You, 2012;Aldrighi & Mazzer-Neto, 2007;Aldrighi & Postali, 2010;Leal & Carvalhal-da-Silva, 2007), onde o principal problema de governança diz respeito ao conflito de interesses entre acionistas controladores e minoritários.…”
Effects of the involvement of counselors to the agreement of shareholders to the values of the firm Efectos de la vinculación de consejeros al acuerdo de accionistas en el valor de la firma
RESUMOEste artigo tem como objetivo analisar o efeito das cláusulas que vinculam o voto dos conselheiros ao acordo de acionistas no valor da firma. A partir de uma base de dados de 181 empresas listadas nos segmentos especiais da BM&FBovespa entre os anos de 2008 e 2012, estudamos o efeito da inclusão de cláusulas genéricas e específicas de vínculo de voto no valor das empresas. Verificamos um efeito negativo do acordo de acionistas no valor da firma, que se acentua na presença de cláusulas gené-ricas e se ameniza na presença de cláusulas específicas de vínculo de voto ao acordo de acionistas. Esses resultados são consistentes mesmo controlando pela endogeneidade da decisão pelo acordo de acionistas. Assim, os resultados apontam para um "efeito entrincheiramento" dos acionistas de controle no uso dos acordos de acionistas como mecanismo de compartilhamento de controle e voto. Este artigo contribui para a literatura em governança e finanças corporativas ao revelar práticas que enfraquecem a atuação de um dos principais pilares de governança, o conselho de administração. PALAVRAS-CHAVE | Acordos de acionistas, cláusula vinculante, valor da firma, Novo Mercado, governança corporativa.
ABSTRACT
“…Em particular, tendo em conta que os acionistas minoritários têm pouco incentivo para monitorar a administração, autores têm sugerido que, para melhorar a governança corporativa de uma empresa, bastaria a presença de um acionista majoritário (Hart, 1995;Shleifer & Vishny, 1986). Na prática, vários estudos mostram uma significativa concentração de propriedade e a existência desses acionistas majoritários na Alemanha (Franks & Mayer, 2001), no Japão (Berglöf & Perotti, 1994), na Europa (Faccio & Lang, 2002), em países asiáticos (Claessens et al, 2000), em economias em desenvolvimento (La Porta et al, 1999), e no Brasil (Aguilera et al, 2012;Aldrighi & Mazzer-Neto, 2007; Aldri- Chemla et al (2007) …”
Section: O Efeito Econômico Dos Acordos De Acionistas E Cláusulas Vinunclassified
“…Nesses países, a estrutura de propriedade de companhias abertas é mais concentrada e, em geral, elas possuem um acionista majoritário, muitas vezes um indivíduo ou família, que detém a maioria dos direitos de voto da empresa. Por exemplo, no Brasil, as empresas listadas na BM&FBovespa possuem, em sua maioria, acionistas majoritá-rios detentores da maioria do capital votante (Aguilera, Kabbach, Lee, & You, 2012;Aldrighi & Mazzer-Neto, 2007;Aldrighi & Postali, 2010;Leal & Carvalhal-da-Silva, 2007), onde o principal problema de governança diz respeito ao conflito de interesses entre acionistas controladores e minoritários.…”
Effects of the involvement of counselors to the agreement of shareholders to the values of the firm Efectos de la vinculación de consejeros al acuerdo de accionistas en el valor de la firma
RESUMOEste artigo tem como objetivo analisar o efeito das cláusulas que vinculam o voto dos conselheiros ao acordo de acionistas no valor da firma. A partir de uma base de dados de 181 empresas listadas nos segmentos especiais da BM&FBovespa entre os anos de 2008 e 2012, estudamos o efeito da inclusão de cláusulas genéricas e específicas de vínculo de voto no valor das empresas. Verificamos um efeito negativo do acordo de acionistas no valor da firma, que se acentua na presença de cláusulas gené-ricas e se ameniza na presença de cláusulas específicas de vínculo de voto ao acordo de acionistas. Esses resultados são consistentes mesmo controlando pela endogeneidade da decisão pelo acordo de acionistas. Assim, os resultados apontam para um "efeito entrincheiramento" dos acionistas de controle no uso dos acordos de acionistas como mecanismo de compartilhamento de controle e voto. Este artigo contribui para a literatura em governança e finanças corporativas ao revelar práticas que enfraquecem a atuação de um dos principais pilares de governança, o conselho de administração. PALAVRAS-CHAVE | Acordos de acionistas, cláusula vinculante, valor da firma, Novo Mercado, governança corporativa.
ABSTRACT
“…Corporate governance data are taken from Aldrighi and Mazzer Neto (2007), and Aldrighi In both database, the corporate governance variables are constructed from the company reports given to the Securities and Exchange Commission of Brazil (CVM is the Portuguese acronym) 15 .…”
“…As companhias abertas brasileiras são caracterizadas por apresentarem estruturas de propriedades concentradas nas mãos de poucos acionistas (Valadares & Leal, 2000;Leal, Silva & Valadares, 2002;Aldrighi & Mazzer Neto, 2007) -sendo que famílias controlam a maioria das companhias -, elevada divergência entre direito de voto e direito sobre o fluxo de caixa (Aldrighi & Mazzer Neto, 2005, 2007, elevado percentual de participação indireta ou por meio de pirâmides no capital das empresas (Aldrighi & Mazzer Neto, 2007;Leal & Silva, 2008;Bortolon, 2010;Aldrighi & Postali, 2011), ampla utilização de acordos entre acionistas (Aldrighi & Mazzer Neto, 2007;Gorga, 2009;Carvalhal, 2012) e elevados benefícios privados do controle (Dyck & Zingales, 2004). 8 Somam-se a essas características a baixa proteção oferecida aos acionistas minoritários e a constatação de que a tradição legal das leis brasileiras deriva do direito civil francês (La Porta et al, 1998).…”
Section: I Iii Ivunclassified
“…Os acordos entre os acionistas, uma forma de coordenação de votos entre acionistas relativamente comum no Brasil, também foi levada em conta na coleta. (Aldrighi & Mazzer Neto, 2007;Leal & Silva, 2008;Gorga, 2009;Carvalhal, 2012).…”
Section: A Estrutura De Propriedade Das Companhias Brasileiras Listadunclassified
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