Este artigo debruça-se sobre a tarefa de traduzir encontros com os mundos dos signos em aulas de matemática. Afirmado na noção de aprender, vislumbra o ensino da matemática como um movimento de uma Didática dos Signos. Para tanto, envolve-se em procedimentos de arquivamento e arquivização de um arquivo constituído por dissertações de mestrado desenvolvidas entre 2015 e 2020 no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Matemática da Universidade do Rio Grande do Sul. Em um processo tradutório, categorias inventariadas surgem e mesclam-se na diferença, nos distanciamentos, nas regularidades e aleatoriedades de aproximações que emanam de um campo discursivo que não se distingue de uma prática. Entre discursos e práticas docentes analisados, produzimos um discurso próprio que oferece visibilidade a saberes de outros, sem jamais repeti-los. Não existe a pretensão de criar algo novo para o ensino da matemática; tampouco, objetivamos neutralizar discursos já existentes. O que queremos é perceber alguma ressonância no que já existe na aula de matemática, tomando como exemplo o arquivo em questão. Na atenção ao aprender, cogitamos que essa investigação pode se tornar uma lente a ser usada na pesquisa em educação e no ensino da matemática, onde professores e estudantes se exercitam em encenações de recriações do aprendizado.