RESUMO -Avaliar a reação de retração da criança pequena a partir de um instrumento padronizado deve levar em conta o contexto psicopatológico e o momento de desenvolvimento da criança. Apresentamos a validação do questionário BADS a partir de sua aplicação em 35 crianças com idade entre 0 e 2 anos, portadoras de doenças pediátricas, provenientes da Santa Casa de São Paulo. Os resultados foram comparados com os obtidos em 90 crianças normais avaliadas em estudo prévio realizado pelo autor, através do teste t independente, obtendo-se média de 5,98 ± 2,57 para as crianças normais e 6,37 ± 4,83 para as crianças com problemas pediátricos, com p=0,651 e nível de significância de 5%. Assim, observamos que as reações de crianças portadoras de doenças pediátricas não são significativamente diferentes daquelas de crianças normais. A partir disso, concluimos que a escala, em função dos resultados, parece ser importante como instrumento de triagem, embora deva ser estudada em outras populações.PALAVRAS-CHAVE: reação de retração, criança.
The baby withdrawal reaction in pediatric diseases: a validity studyABSTRACT-The evaluation of the withdrawal reaction in small children using a standardized instrument should take into account the child's psychopatologic context and its child's development moment. We present the BADS questionnaire validation by its application in 35 children aged 0 to 2 years-old with pediatric diseases, coming from Santa Casa de São Paulo. The results were compared with those of 90 normal children who were evaluated in a previous study of the same author. The test used was the independent t test, with mean scores of 5.90 ± 2.57 for normal children and 6.37 ± 4.83 for sick children, with p= 0,651 and significance level of 5%. Thus, it was observed that the withdrawal reaction in sick children is not significantly different for that for normal children. With these results, the scale shows its importance as a screening instrument. A avaliação do desempenho global e do desenvolvimento de crianças em situações de risco, seja ele físico, psíquico, emocional ou social, é uma preocupação de muitos dos profissionais envolvidos no cuidado com essa população. Isso se deve à crença de que a identificação dessas crianças possibilitaria uma intervenção precoce que preveniria prováveis desvios em seu desenvolvimento como um todo. A elaboração de escalas e questionários para a utilização clínica, especialmente na prática pediátrica, tem por objetivo o rastreamento de crianças que possam estar sofrendo algum tipo de prejuízo devido a estímulos nocivos de caráter interno ou externo (ambientais, familiares, orgânicos), para que estas possam ter acompanhamento mais cuidadoso e, se necessário, avaliação e auxílio de outros profissionais além do pediatra geral 1 . Como exemplos úteis, podem-se citar a Health of the Nation Outcome Scales for Children and Adolescents/HoNOSCA 2,3 e a Paddington Complexity Scale 4 .A avaliação de recém-nascidos e lactentes quanto a alterações de comportamento e desenvolvimento torna-se difícil dev...