O artigo discorre sobre o papel e a importância de políticas linguísticas educacionais críticas para fomentar práticas multilíngues que operem a favor da justiça social no contexto educacional africano, de forma geral, e moçambicano, de forma específica. Para tanto, nos filiamos ao campo das políticas linguísticas educacionais críticas, atentando para os sentidos de língua e as ideologias linguísticas circulantes nos discursos e práticas educacionais em contextos africanos multilíngues. Apresentamos e defendemos uma compreensão alargada, crítica e contextualizada de multilinguismo como condição para o exercício da “cidadania linguística”, em atenção à importância de um olhar situado para as práticas e ideologias linguísticas dos sujeitos. Trata-se, com isso: (i) de validar e reconhecer os atos linguísticos agentivos, criativos e participativos de sujeitos multilíngues no contexto africano; (ii) de reconhecer e validar espistemologias de língua baseadas na experiência multilíngue africana.