“…No contexto nacional, o processo e o desenvolvimento da industrialização no Brasil, em meados do século XX, geraram transformações significativas na cultura do consumo, trazendo para o mercado novos atores que, até então, estavam alijados dele (ARRUDA, 2005), sobretudo em função do estabelecimento da massa salarial mais atrativa aos trabalhadores. A partir desse contexto, se observa com maior facilidade que a desigualdade social brasileira, engendrada estruturalmente, é determinante para que o que deveria ser distribuído a todos não o seja, e que a contraditória conjuntura atual assuma novas configurações e expressões, como " [...] as transformações das relações de trabalho" e "[...] a perda dos padrões de proteção social dos trabalhadores e dos setores mais vulnerabilizados da sociedade, que veem seus apoios, suas conquistas e direitos ameaçados" (YAZBEK, 2001, p. 33-34).…”
Section: O Subalterno: Conceituação Prática De Consumo Aspectos Polunclassified
“…A cidadania está também relacionada ao consumo, devido ao fato de ser um processo tão íntimo ao ser humano que, quando questionado sobre seu significado, é geralmente associada com o consumo de bens e meios de comunicação, e não com as atividades típicas da sociedade democrática, como os conselhos deliberativos e representantes que compõem as instâncias do Estado nas três esferas de governabilidade (CANCLINI, 1999). Arruda (2005) destaca a disparidade entre o econômico e a sobrevivência urbana, que culminará em vulnerabilidades sociais, identificadas pela autora durante o desenvolvimento da cidade de São Paulo (cidade de destaque econômico no cenário nacional e mundial, atualmente). Porém, na atual conjuntura brasileira, sabemos que o salário mínimo também não supre as necessidades básicas de sobrevivência e, desta forma, a condição de trabalhador e recebedor de um salário não garante a autoproteção necessária para a manutenção de uma vida plena, ficando na dependência de políticas sociais, ou seja, do Estado.…”
Section: Globalização Trabalho E Cidadania: As Representações Na Culunclassified
O presente estudo é parte da pesquisa de doutorado em Comunicação sob o título “Pode o subalterno não querer apenas comida?”, cujo tema são as narrativas de sujeitos subalternos sobre o consumo, representados, neste estudo, por núcleos familiares com renda per capita de até 1/4 do salário mínimo vigente nacionalmente. Busca-se, por meio das narrativas, compreender os usos e as apropriações da cultura do consumo estabelecidos no cotidiano. Serão apresentados, nesta ocasião, alguns resultados preliminares oriundos da pesquisa bibliográfica e da etnografia dos bairros a serem estudados na referida tese e que, entre outros fatores, sustentam a análise dessa temática.
“…No contexto nacional, o processo e o desenvolvimento da industrialização no Brasil, em meados do século XX, geraram transformações significativas na cultura do consumo, trazendo para o mercado novos atores que, até então, estavam alijados dele (ARRUDA, 2005), sobretudo em função do estabelecimento da massa salarial mais atrativa aos trabalhadores. A partir desse contexto, se observa com maior facilidade que a desigualdade social brasileira, engendrada estruturalmente, é determinante para que o que deveria ser distribuído a todos não o seja, e que a contraditória conjuntura atual assuma novas configurações e expressões, como " [...] as transformações das relações de trabalho" e "[...] a perda dos padrões de proteção social dos trabalhadores e dos setores mais vulnerabilizados da sociedade, que veem seus apoios, suas conquistas e direitos ameaçados" (YAZBEK, 2001, p. 33-34).…”
Section: O Subalterno: Conceituação Prática De Consumo Aspectos Polunclassified
“…A cidadania está também relacionada ao consumo, devido ao fato de ser um processo tão íntimo ao ser humano que, quando questionado sobre seu significado, é geralmente associada com o consumo de bens e meios de comunicação, e não com as atividades típicas da sociedade democrática, como os conselhos deliberativos e representantes que compõem as instâncias do Estado nas três esferas de governabilidade (CANCLINI, 1999). Arruda (2005) destaca a disparidade entre o econômico e a sobrevivência urbana, que culminará em vulnerabilidades sociais, identificadas pela autora durante o desenvolvimento da cidade de São Paulo (cidade de destaque econômico no cenário nacional e mundial, atualmente). Porém, na atual conjuntura brasileira, sabemos que o salário mínimo também não supre as necessidades básicas de sobrevivência e, desta forma, a condição de trabalhador e recebedor de um salário não garante a autoproteção necessária para a manutenção de uma vida plena, ficando na dependência de políticas sociais, ou seja, do Estado.…”
Section: Globalização Trabalho E Cidadania: As Representações Na Culunclassified
O presente estudo é parte da pesquisa de doutorado em Comunicação sob o título “Pode o subalterno não querer apenas comida?”, cujo tema são as narrativas de sujeitos subalternos sobre o consumo, representados, neste estudo, por núcleos familiares com renda per capita de até 1/4 do salário mínimo vigente nacionalmente. Busca-se, por meio das narrativas, compreender os usos e as apropriações da cultura do consumo estabelecidos no cotidiano. Serão apresentados, nesta ocasião, alguns resultados preliminares oriundos da pesquisa bibliográfica e da etnografia dos bairros a serem estudados na referida tese e que, entre outros fatores, sustentam a análise dessa temática.
“…pós v.19 n.31 • são paulo • junho 2012 incentivaram a vinda de migrantes de outros estados, aumentando muito a população paulistana. Entre 1941 e 1949, por exemplo, entraram no estado de São Paulo mais de 431 mil brasileiros procedentes de outras regiões do País, e somente 45 mil estrangeiros (ARRUDA, M. A. do N., 2009). Os recenseamentos do IBGE exemplificam a questão: de cerca de 1 milhão de habitantes em 1934, em apenas seis anos, a população aumenta em 300 mil, chegando a 2,2 milhões, em 1950.…”
“…Pretende-se assim explicitar o quanto esses mecanismos continuam se perpetuando pelos dias de hoje, fazendo com que o projeto de reabertura do TBC levado pela ATBC (Associação dos Amigos do TBC e do Teatro Brasileiro) possa se tornar uma nova possibilidade de se trabalhar artisticamente a partir de uma perspectiva de sustentabilidade diversa da que segue em voga. Para isso, este trabalho se referenciará a notícias de jornal do período em que o TBC manteve sua companhia ativa (1948)(1949)(1950)(1951)(1952)(1953)(1954)(1955)(1956)(1957)(1958)(1959)(1960)(1961)(1962)(1963)(1964), além de trechos dos livros de Silveira (1976), Arruda (2001Arruda ( /2005, Pontes (2011), Lícia (2007). Guzik (1986), Barros de Almeida (1987), entre outros, além de histórias e relatos reunidos na revista Dionysos (1980) sobre o TBC.…”
Section: Introductionunclassified
“…The objective is to explain how these mechanisms continue to be perpetuated today, making the project to reopen TBC held by ATBC (Association of Friends of TBC and Brazilian Theater) become a new possibility for a sustainable work from a different perspective to the one in trend nowadays. To that end, this work will refer to newspaper reports from the period in which TBC maintained its company on action (1948)(1949)(1950)(1951)(1952)(1953)(1954)(1955)(1956)(1957)(1958)(1959)(1960)(1961)(1962)(1963)(1964), as well as excerpts from the books by Silveira (1976), Arruda (2001Arruda ( /2005, Pontes (2011), Lícia (2007). Guzik (1986), Barros de Almeida (1987), among others, with stories and narrations gathered in the magazine Dionysos (1980) about TBC.…”
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