Educação permanente em saúde e modelo assistencial: correlações no cotidiano do serviço na Atenção Primária a Saúde

Abstract

Motivação:
 No Brasil, para a qualificação profissional em um modelo que atenda às necessidades de saúde dos usuários, fez-se uma aposta na Educação Permanente em Saúde (EPS). Pretendeu-se, a partir da análise do cotidiano de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), responder quais as correlações da EPS com as mudanças no modelo assistencial. Nesse sentido, o objetivo geral foi analisar o cotidiano de serviço na UBS, identificando mudanças na atenção ao usuário, proporcionadas pela EPS.
 
 Método:
 O cenário foi uma unidade básica de saúde do município de Belo Horizonte. Os participantes foram os trabalhadores e os usuários da unidade. O referencial de análise foi a abordagem do cotidiano de Agnes Heller. Os dados foram submetidos à análise crítica de discurso. Foram realizadas 30 entrevistas em profundidade, 25 com trabalhadores e 05 com usuários, resultando num total de 22h de entrevistas.
 
 Resultados:
 Os resultados evidenciaram forças potenciais dos trabalhadores e usuários, para colaborar na mudança de modelo assistencial, revelando a busca pela centralidade dos usuários na coordenação da atenção à saúde e a priorização das tecnologias leves nas práticas de cuidado.
 
 Conclusões:
 Concluiu-se que são necessários mais investimentos nos processos de educação permanente em saúde e que o reconhecimento do cotidiano como espaço para reflexões e análises é capaz de provocar desacomodação e superação crítica, abrindo espaço para novas práticas sociais e de cuidado na Atenção Primária à Saúde.

Avaliação da acessibilidade aos serviços de atenção primária à saúde na perspectiva dos profissionais

“…A visão biologicista, centrada na perspectiva médica, precisa sair de cena e a Atenção Primária se colocar como força potencial para provocar a ampliação do olhar, requerendo o protagonismo dos seres em relação, em um círculo de novas reflexões 13 .…”

Intersectoral pratices in primary health care: from achievement to challenges / Práticas intersetoriais na atenção primária à saúde: da concretude aos desafios

“…17 The PHE is a facilitator of intersectoral practices because it favors partnerships with other policies, interaction between services and population, allowing greater effectiveness and innovation to overcome social inequities. 18 The findings show as a hindering aspect of intersectoriality practices the lack of dialogue: "It's difficult because of the lack of dialogue. The work process in another sector is not what maybe the person is looking for, and we get a little lost.…”

“…PHE emerges as a pillar of democratic management with reinvention and improvement of practices, leading to reflective, ethical, critical, and humanizing actions based on experience and knowledge exchange. 18 Health professionals should be encouraged to participate in PHE, considering that it is a tool for construction and strengthening of PHC care, as it allows reflection on the team's work process and can contribute to the transformation of health practices. 19 In this study, spaces for debates and reflections, such as events and meetings, were mentioned by a NASF-AB professional and a manager as a facilitator of intersectoral practice.…”

Perceptions of nurses about the implementation of the nursing process in an intensive unit

“…Permanent education allows changes in the daily work to be achieved, aiming at improving the assistance provided. It has strategies that value the experience and knowledge of professionals, promotes interactions, and promotes the continuous updating of theoretical and practical knowledge, according to the need of the work context (18) . Rev Gaúcha Enferm.…”