2017
DOI: 10.18542/amazonica.v8i1.4722
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Diversidade Sexual E De Gênero E Novos Descentramentos: Um Manifesto Queer Caboclo

Abstract: ResumoEste artigo, escrito em retórica ensaística, propõe uma abordagem para a compreensão da diversidade sexual e de gênero e dos descentramentos desde um olhar queer em cuja base resida a crítica colonial e das estruturas políticas, históricas e culturas de normalização e consolidação da práxis heteropatriarcal, branca, moderna e de classe média. Deste modo, a proposta do texto vai no sentido de apontar uma sobreposição entre categorias tais como raça, etnia, sexo, dentre outras, a ser compreendida dentro de… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2

Citation Types

0
0
0
9

Year Published

2019
2019
2024
2024

Publication Types

Select...
5

Relationship

1
4

Authors

Journals

citations
Cited by 9 publications
(9 citation statements)
references
References 1 publication
0
0
0
9
Order By: Relevance
“…Essa identificação de uma performatividade de gênero não-binária será utilizada ao longo do texto como referência ao corpo de Pedro Olaia "montada" de Sophia. Também são utilizados os termos "drag", "gata" e "drag cuir" -propondo uma tradução do termo "queer" a partir de reflexões sobre as sugestões do "Manifesto Queer Caboclo" (Fernandes e Gontijo 2016). 4.…”
Section: Com)textualizaçãounclassified
See 1 more Smart Citation
“…Essa identificação de uma performatividade de gênero não-binária será utilizada ao longo do texto como referência ao corpo de Pedro Olaia "montada" de Sophia. Também são utilizados os termos "drag", "gata" e "drag cuir" -propondo uma tradução do termo "queer" a partir de reflexões sobre as sugestões do "Manifesto Queer Caboclo" (Fernandes e Gontijo 2016). 4.…”
Section: Com)textualizaçãounclassified
“…-sobrepostas em corpo-amazônia 5 estigmatizado a partir da invasão colonial europeia. Para isso relacionaremos a des)construção 6 performática de Sophia como um todo de camadas sobrepostas e conectadas às teorias que dialogam sobre identidades (Hall 2006, Fanon 2008, gêneros, sexualidades (Butler 2015, Fernandes e Gontijo 2016, decolonização (Escobar 2005, Rivera Cusicanqui 2010, Anzaldúa 2005) e antropofagia (Campos 1981, Oiticica 1970, bem como às práticas referentes ao surgimento da ação imersiva em questão e quais os possíveis desdobramentos desse processo (Conceição e Olaia 2017). Direcionaremos nosso olhar mais precisamente à ação imersiva "Fia Sophia" e seu desdobramento em três eventos públicos: os registros imagéticos dessas ações, memórias e reflexões sobre etnografia e imersões públicas como prática de resistência poética e política -ou, como sugere Paulo Raposo, um "artivismo" como ato de "resistência e subversão (...) através de estratégias poéticas e performativas" (2015, 5).…”
Section: Com)textualizaçãounclassified
“…Assim, mais que identidades interseccionais, fluídas ou desviantes, seria possível pensar em corporeidades outras, e sobre a potencialidade de trazê-las ao debate e as contrapor às corporeidades que prevalecem hoje no Ocidente, nos regimes pós-industriais. Ademais, trata-se de pensar o quanto uma abordagem Queer pode ser especialmente interessante para a Amazônia, tendo em vista que muitos de seus pressupostosnomeadamente aqueles em torno da fabricação do corpo e em torno da relação com os objetosde fato encontram pertinência e se aproximam aos modelos Insistir no potencial radical e decolonial do Queer, de modo a se questionar os fluxos e os centros de produção de conhecimento no país, conforme sinalizaram Fernandes eGontijo (2016), valorizando os saberes locais e os grupos de trabalho e de pesquisa situados às margens. Além disso, promover o reconhecimento dos diferentes lugares de fala (sensu RIBEIRO, 2018) dos indivíduos que integram o campo de estudointerrogando ARTIGO.…”
unclassified
“…Mais que pós-colonial (ou decolonial) é desestabilizador e anti-colonial. Mais que um queer caboclo (FERNANDES, GONTIJO, 2017), um queer quilombola, um queer indígena, um queer Marielle, queer Amarildo, queer Belo Monte, Brumadinho,... Um queer que se preocupe, justamente, em desvelar mecanismos históricos de obscurecimento, de genocídios, de etnocídios, de racialização, de reformas da previdência e robots nas redes sociais. O que o queer pode nos ensinar sobre a bancada da bíblia ou do boi ou da bala, ou sobre feminicídio?…”
unclassified
“…Nosso percurso será trabalhar as possibilidades de queerificar o aparato colonial enquanto mecanismo de múltiplos enquadramentos. Cabe-nos também, ao longo deste texto, recuperar, ampliar e radicalizar não apenas a proposta de Fernandes e Gontijo (2017), mas de Gontijo e Schaan (2017, pp.65-66), ao proporem que Juntos, arqueólogos e antropólogos (e historiadores) poderiam trabalhar no sentido de: 1) fomentar a elaboração de modelos (fluidos) do passado (e para o presente) mais inclusivos, em termos de gênero e sexualidademas, também, em termos interseccionais, [...]; 2) questionar a rigidez e a arbitrariedade dos modelos hegemônicos (binários) de referência usados pelas ciências humanas para classificar as diferenças e a variabilidade humanas; 3) interrogar a universalidade (cultural, geográfica e/ou histórica) desse modelos hegemônicos e de alguns padrões de relações sociais, como a família nuclear, a heterossexualidade, a submissão feminina e/ou a dominação masculina, etc. ; 4) criar mecanismos teóricos e metodológicos (e epistemológicos) para se compreender melhor a dinâmica das relações sociais ao longo de uma história mais ampla e, assim, contribuir para a sensibilização da sociedade brasileira para os processos que configuraram os contextos nos quais vivemos; 5) mostrar o quanto nossas classificações, categorizações e taxonomias atuais são construídas socialmente e formuladas culturalmente e representam as (histórias das) relações de poder subjacentes ao pensamento hegemônico e à discursividade predominante de nossa época, os interesses de determinados grupos dominantes e até mesmo as formas de resistência que se constituem contra-discursivamente; e, enfim, 6) promover um fazer científico mais justo, reflexivo e colaborativo, que leve a sério, como objeto de pesquisa, a interação entre todos os agentes envolvidos no processo de produção de conhecimentos (arqueológicos, antropológicos e historiográficos).…”
unclassified