Desigualdades de Gênero na Carreira Acadêmica no Brasil

Abstract

O número de mulheres com título de doutorado vem crescendo de maneira constante ao longo das últimas décadas no Brasil, tendo chegado a 51,5% do total de doutores titulados em 2008 (CGEE, 2010:101). A proporção de professoras no ensino superior também cresceu, chegando a 55% do total de docentes em (Inep, 2011. Trata-se de uma mudança social significativa, principalmente em se tratando de um país onde, à semelhança de outros, trabalhadores do sexo masculino são tradicionalmente maioria nos postos mais prestigiosos e mais bem remunerados do mercado de trabalho (Bruschini, 2007; Bruschini e Puppin, 2004). Importa, por isso, verificar o alcance e as implicações da ampliação da presença feminina nas carreiras cientí-ficas e no ensino superior. Particularmente, interessa examinar se a maior igualdade de acesso ao doutorado e o aumento do número de professoras terão se traduzido numa maior igualdade de acesso às mais altas posições da carreira docente no ensino superior, incluindo aí as posições de chefia e/ou a participação em colegiados superiores.Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que examinou essa questão por meio do estudo da carreira acadêmica em uma universidade pública brasileira, a Universidade Estadual de Campinas http://dx

Gender Issues in the Ivory Tower of Brazilian IR

“…Moreover, they were concentrated in undergraduate co-ordination, with men taking over more prestigious positions, such as post-graduate co-ordination and the directorships of colleges and institutes. None of the twelve rectors at Unicamp was female (Moschkovich and Almeida 2015).…”

“…They are gendered institutions, historically marked by the presence of men, and aligned with the unequal gendered division of labour in traditional heterosexual family settings. Although the proportion of female teachers at HEIs has increased (Moschkovich and Almeida 2015;Balbachevsky and Holzhacker 2015), the latest Higher Education Census (INEP 2017) shows that most Brazilian academics are males. 4 Dubois- Shaik and Fusulier (2017) show that women in contemporary European academia are disadvantaged by vertical segregation because universities have still not addressed issues that undermine female advancement, such as personal circumstances, parenthood and family.…”

“…Nevertheless, as in the rest of the world, and despite the growing numbers of women students as well as lecturers, the higher the level (career, administrative positions and research grants), the lower the level of participation by women (Leta 2003;Grossi et al 2016). Moschkovich and Almeida (2015) conducted a study at Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), which, as a public university, provides a special opportunity for analysing possible gender discrimination faced by women, since it ostensibly experiences stability in admissions, and promotion decisions are controlled by the lecturers. According to the authors, there are two patterns of gender inequality at Unicamp: concentration in certain areas of knowledge, and fewer women in the highest positions, thus implying better wages and more prestige and power for men (Moschkovich and Almeida 2015;Velho and León 1998).…”

“…Moschkovich and Almeida (2015) conducted a study at Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), which, as a public university, provides a special opportunity for analysing possible gender discrimination faced by women, since it ostensibly experiences stability in admissions, and promotion decisions are controlled by the lecturers. According to the authors, there are two patterns of gender inequality at Unicamp: concentration in certain areas of knowledge, and fewer women in the highest positions, thus implying better wages and more prestige and power for men (Moschkovich and Almeida 2015;Velho and León 1998). Females remain a minority and are 'spread in a heterogeneous manner throughout the different areas of knowledge, faculties and institutes' (Moschkovich and Almeida 2015: 769), with fewer present in the exact sciences as well as in engineering.…”

PROFILE OF CNPq RESEARCH PRODUCTIVITY FELLOWS IN SUBFIELDS OF CHEMISTRY

“…15 Mesmo após a virada do século, o teto de vidro ainda dificulta a ascensão feminina a cargos de maior poder e decisão, em diversas profissões. Em estudo recente de Moschkovich e Almeida, 16 2015, as autoras mostraram que os docentes do sexo masculino têm significativamente mais chances do que suas colegas de ocupar diretorias de faculdades e institutos, e cargos no conselho universitário. Além disso, mostraram que a proporção de docentes do sexo feminino no nível de entrada da carreira de docência é ligeiramente maior que a média, do sexo feminino, nos demais níveis da carreira e esta proporção de professoras é menor nos níveis mais elevados da carreira de docência.…”