Cooperação multilateral, regime internacional, governança global, segurança energética e meio-ambiente são temas intrinsicamente relacionados, embora nem sempre as conexões sejam evidentes. Partimos do questionamento de como a agenda internacional climática se desdobra para políticas domésticas de mitigação no setor de energia em um país em desenvolvimento. Para lidar com essa questão, identificamos os princípios estabelecidos internacionalmente no que tange à temática das energias renováveis, com a finalidade de minimizar os impactos ambientais ocasionados pelos Gases de Efeito Estufa. Na sequência, apresentamos uma análise sobre a evolução da agenda multilateral climática internacional com foco para o setor energético e pontuamos seus desdobramentos na adoção de energias renováveis no Brasil. A partir de uma revisão bibliográfica da questão climática pela perspectiva racional-institucionalista, passando pelas abordagens de regime internacional, governança climática, governança policêntrica e uma análise empírica de mudanças político-regulatórias no Brasil, buscamos identificar os diferentes vetores que traduzem diretrizes internacionais em políticas domésticas. Discute-se a cooperação como estratégia para lidar com questões que se relacionam à segurança energética dos países e, concomitantemente, com a perspectiva ambiental.
Resumo: Este artigo se insere na temática mais ampla do processo de integração da América do Sul, a partir da segunda metade da década de 2000. O objeto de estudo é o Banco do Sul, que, lançado como um mecanismo de cooperação financeira, passou por longo processo de criação até iniciar suas operações, em junho de 2013. Especificamente, busca-se, de um lado, destacar os esforços em direção ao fortalecimento e à criação de mecanismos de cooperação financeira, no bojo de um novo caráter do processo de integração na América do Sul, contrapondo-se aos projetos integracionistas anteriores, predominantemente liberais. Por outro lado, ressaltam-se as dificuldades desse processo, relacionadas a diferentes conteúdos estratégicos de política externa para a região, encabeçados por Venezuela e Brasil. Mostra-se como isso se refletiu na conformação de divergentes projetos financeiros regionais, resultando em um longo e complexo processo de negociação para a criação do Banco do Sul.
What is the status of women in the discipline of International Relations (IR) in Brazil? This study provides a pioneering map of gender issues in Brazilian IR, focusing on inequality, discrimination and harassment. It includes a literature review as well as the findings of two sets of research: the first a survey of personal and professional issues faced by academic staff in Brazilian IR, and the second a report on the staffing of IR and related departments at private and public academic institutions in Brazil. Our research shows that despite the specificities of the Brazilian higher education system, Brazilian IR academics conform to international trends in respect of gender issues, facing monetary and/or familial inequalities and gender discrimination in their careers. It also shows that 25% of female academics have experienced undesired sexual contact at least once, and that there is a gap between male and female understandings of what constitutes sexual harassment.
Como se dá a governança marinha na América do Sul? A fim de responder essa questão, vislumbramos o ambiente marinho a partir de um framework sobre sistemas socioecológicos (SSE) e identificamos as principais regras, atores e interações. Realizamos uma pesquisa empírica de caráter exploratório que compreendeu em: 1) mapear todos os acordos multilaterais, globais e regionais, relacionados ao tema, promovidos desde 1931; e 2) comparar os principais acordos globais em relação aos regionais, a fim de caracterizar a dinâmica institucional em torno do ambiente marinho na América do Sul. Três dos resultados se destacam. Foram identificados 82 acordos internacionais, dos quais apenas dez são relativos exclusivamente aos países da região. Segundo, no que tange ao tema das interações e regras estabelecidas, identificamos que poluição e biodiversidade são os mais recorrentes. Concluímos que a configuração institucional referente ao ambiente marinho na América do Sul assemelha-se a um cenário de sobreposição de regimes, podendo acarretar problemas tais como falta de coordenação em relação ao uso desse ambiente.
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