É responsabilidade dos governantes criar e implementar políticas públicas que promovam a segurança alimentar e nutricional da população, notadamente dos grupamentos expostos à pobreza. Um dos programas criados pelo governo brasileiro para auxiliar nesse cenário foi o Bolsa-Família. Esta pesquisa objetivou avaliar a contribuição do Programa Bolsa Família (PBF)para aquisição de alimentos por beneficiários. Trata-se de um estudo transversal descritivo, realizado junto aos beneficiários do PBF atendidos em uma Unidade Básica de Saúde da cidade de Teresina(Piauí). Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram dois formulários aplicados junto a 202 adultos, responsáveis pela aquisição de alimentos para a família, que aceitaram participar da pesquisa espontaneamente. A pesquisa seguiu os aspectos éticos recomendados pela resolução no 466/2012. O cenário encontrado revela que 78,7% das famílias recebiam o benefício há mais de um ano; 70,3% residiam em casa própria; 33,1% dividiam o domicílio com quatro ou mais pessoas; 68,8% possuíam renda inferior a um salário mínimo e 52,5% destinavam o benefício para a alimentação, associado a outros gastos. Observou-se que a frequência predominante de aquisição dos alimentos foi na seguinte ordem: mensal, semanal e quinzenal. O grupo alimentar com maior número de aquisição foi o composto por alimentos in natura ou minimamente processados, seguido dos ingredientes culinários processados. Para os grupos de alimentos processados e ultraprocessados foram observadas baixas frequências, em todas as categorias de aquisição (mensal, semanal e quinzenal). Conclui-se que o programa possui importante contribuição para aquisição de itens alimentares, especialmente de itens de primeira necessidade.