O município de Brumadinho-MG vivenciou um desastre socioambiental após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale em janeiro de 2019. Além dos mais de 240 mortos, esse evento culminou em modificações territoriais, ambientais, culturais e econômicas que seguem pondo em risco a população residente na região. Neste panorama, surge um ambiente propício à disseminação de vetores de doenças, destacando-se o mosquito Aedes aegypti. Desse modo, o objetivo do manuscrito foi realizar uma análise epidemiológica quanto às notificações de Dengue e Chikungunya na população do município de Brumadinho-MG no período de 2018-2019. O estudo de caráter transversal e retrospectivo teve como fonte de dados o Boletim epidemiológico "Um ano do desastre da Vale", organizado e lançado pelo Ministério da Saúde do Brasil. Além disso, foram selecionados artigos publicados entre 2015-2020, disponíveis nas bases de dados Medline e Scopus. Em 2018 foram registrados 25 casos prováveis de dengue, enquanto que, em 2019, ocorreram 1.032 casos prováveis. Isso representa uma elevação de 4.028% em relação ao mesmo período do ano anterior, tendo uma incidência acumulada aumentada de 62,3 (x100mil habitantes) em 2018 para 2573,4 (x100mil habitantes) em 2019. Quanto à chikungunya, foi observado o registro de 5 casos prováveis em 2019, tendo um aumento de incidência acumulada de 0,0 para 12,5 (x100mil habitantes). Este estudo demonstra a necessidade de planejamentos governamentais que visem à proteção desta população quanto aos agravos em latência, assim como intensificar a proteção ambiental no país, a fim de evitar que tragédias como a ocorrida em Brumadinho sejam vivenciadas em outras localidades.