Covid-19 e imigração internacional na Região Metropolitana de São Paulo

Abstract

Resumo A pandemia da Covid-19 tem evidenciado o efeito das múltiplas formas de desigualdades sobre as condições de vida da população. Seu padrão de disseminação demonstra que a metropolização, produto e produtora da mobilidade humana, constitui fator central da expansão do número de casos e de óbitos. O Brasil, país estruturalmente desigual, apresenta dificuldades importantes para entendermos a forma específica com que a Covid-19 afeta os imigrantes, pois a nacionalidade não é um quesito dos registros médico-hospitalares. Este artigo tem como objetivo analisar os impactos da Covid-19 entre imigrantes internacionais na Região Metropolitana de São Paulo, utilizando dados da pesquisa “Impactos da Pandemia de Covid nas Migrações Internacionais” (PUC-MG, UNICAMP, 2020). Abordaremos, especialmente, o perfil sócio-demográfico dos respondentes e os impactos da pandemia nas condições de trabalho e acesso a direitos. Parte de estudo mais amplo em andamento, este artigo visa ainda explicitar as relações entre epidemiologia e mobilidade humana.

Migrant Men Living in Brazil during the Pandemic: A Qualitative Study

“…It should be noted that the transformations and disruptions in life experienced by migrants can have dimensions different from those who are not affected by this condition [10,11]. In this sense, our findings point to the uniqueness of cultural care in nursing and health, as most of the repercussions found were mostly negative, contributing to the increase in social and health vulnerabilities and potentially resulting in declines in the congruence and transcultural adaptation of individuals and healthcare teams.…”

“…Participants included men from 7 geographical regions: Africa (83), Central America (20), North America (8), South America (110), Asia (34), Europe (50), and Oceania (2). In terms of nationalities, 65 different countries were represented: Germany (6), Argentina (29), Angola (14), Algeria (1), Australia (2), Belgium (1), Benin (5), Bolivia (4), Cape Verde (10), Canada (2), Chile (13), China (16), Colombia (14), the Ivory Coast (1), Costa Rica (5), Cuba (1), Croatia (1), Egypt (1), El Salvador (3), Ecuador (4), Spain (2), USA (3), Finland (1), France (8), Ghana (4), Guangdong (1), Guatemala (1), Guinea-Bissau (17), Greece (1), Haiti (5), Honduras (2), India (2), England (4), Iran (1), Ireland (3), Israel (2), Italy (12), Japan (2), Mali (1), Malaysia (1), Morocco (1), Mexico (3), Mozambique (11), Nigeria (4), Norway (1), Palestine (2), Pakistan (1), Paraguay (4), Peru (19), Portugal (4), the Dominican Republic (3), the Republic of the Congo (1), Russia (1), São Tomé and Príncipe (3), Senegal (7), Serbia (1), Syria (3), Switzerland (3), Taiwan (1), Togo (1), Turkey (1), Ukraine (1), Uruguay (8), Uzbekistan (1), and Venezuela (15).…”

“…In addition to the epidemiological control of COVID-19 through the reduction in undocumented immigration across unprotected natural borders [9], other global health emergencies must be considered among male migrant groups. These include seeking refuge and political asylum, conflicts and violence, xenophobia, racism, impoverishment, hunger, misery, food insecurity, economic and employment fragility, abusive alcohol and drug use, immunosuppression, homelessness, severe mental suffering, and involvement in criminal activities such as drug trafficking, as these issues impact the social and psychological well-being, quality of life, and health promotion of men worldwide [10,11].…”

Repercussões sociossanitárias da pandemia por Covid-19 para imigrantes e refugiados no Brasil: uma revisão narrativa da literatura

“…Todos os artigos perpassaram por questões de vulnerabilidade vivenciadas por aqueles que migraram forçadamente para o Brasil, favorecendo circunstâncias de sofrimento, adoecimento e morte no contexto pandêmico. Aliado a isto, a ausência de dados sobre morbimortalidade e a inexistência do quesito nacionalidade nos registros do Ministério da Saúde em relação ao adoecimento por Covid-19 comprometeram a compreensão da realidade e a construção de políticas públicas direcionadas às especificidades das condições de vida e saúde de migrantes (Magalhães et al, 2021). Ademais, a condução do enfrentamento da pandemia por Covid-19 no país se deu em um contexto de fragilidade na criação de políticas públicas efetivas de mitigação do vírus para toda a população, o que contribuiu para intensificar o caos sanitário no país.…”

“…Ocorreu também o entrave na emissão do novo modelo de carteira de trabalho digital, pois, com agendamento online, parte dos grupos imigrantes ficou à mercê de poucas datas livres no site Mariá Lanzotti Sampaio, Alexandra Cristina Gomes de Almeida, Cássio Silveira, Regina Yoshie Matsue, Denise Martin eletrônico, impossibilitando o acesso igualitário ao trabalho, ao serviço bancário e à seguridade social (Albuquerque, Salmuni, 2020). Por fim, a ausência de produção de dados de imigrantes que utilizaram o SUS em decorrência do vírus Covid-19 inviabilizou o conhecimento e impacto que os grupos de imigrantes sofreram na pandemia (Magalhães et al, 2021).…”