“…De fato, faltam adjetivações para o caráter delirante de muitos dos esquemas mentais utilizados. De igual modo, novas percepções sobre a realidade e tentativas de rede nição das fronteiras são rapidamente reapropriadas em modas acadêmicas, do garantismo ao garantismo de escritório(ANDRADE, 2007), do abolicionismo ao denuncismo acadêmico de redes, da crítica radical ao auditório radicalmente constituído pela audiência socialmente privilegiada etc.De outra parte, há toda uma geração que, ao se defrontar com problemas cotidianos, foge rapidamente da disputa no campo dogmático para produzir discursos radicais de denúncias sobre a realidade (valendo-se da repetição dos conceitos da moda crítica), mas que não articula soluções dogmáticas, estratégias políticas ou dialoga com sujeitos coletivos. Denúncias contundentes sem respostas técnicas e sem diagnóstico.No mesmo passo, os grandes debates da dogmática processual situam-se em problemas que constituem violações fundamentais graves, mas que, quase sempre, não se dirigem aos graves problemas cotidianos para a população.…”