É frequente os falantes hesitarem no momento de formarem o plural de nomes em -ão, uma vez que não existe uma relação biunívoca entre as formas de singular e de plural. Como se sabe, ao singular -ão correspondem três formas de plural (-ãos, -ães, -ões) e há alguns casos em que o mesmo lexema tem duas ou três formas de plural institucionalizadas. Tais palavras representam, portanto, um problema para o falante quando este necessita de produzir a forma de plural dos lexemas em causa, particularmente se esse lexema for novo ou desconhecido para ele. Neste artigo, para além de se analisar a informação de que o falante dispõe no momento da produção das formas de plural dos nomes em -ão, apresentam-se os resultados de um estudo empírico, que revelam as tendências de uso entre os falantes do Português Europeu quando estão em causa unidades lexicais com variantes opcionais de plural. Os resultados do estudo mostram que a variação não afeta do mesmo modo todos os lexemas e indiciam que a flexão destes itens tende a estabilizar-se em função da pressão paradigmática exercida pelo padrão flexional [x-ão] ≈ [x-ões] sobre os demais. Tendo subjacentes alguns dos princípios postulados pela Morfologia