Comunicação, linearidade e não linearidade: costurando conceitos e práticasIntexto, Porto Alegre, UFRGS, n. 34, p. ResumoO texto discute a pertinência e o uso do conceito de linearidade para a análise dos meios de comunicação, notadamente dos meios que comportam textos, bem como sua validade como ferramenta para dar conta dos efeitos culturais e subjetivos dessas tecnologias. São mobilizados diferentes autores relativamente canônicos no campo da comunicação e é feita uma abordagem do caso dos audiolivros e dos audioleitores em sua relação com a ideia de linearidade. Problematiza-se, por fim, a eficácia e utilidade dessa ideia e de sua correlata, não linearidade, para dar conta do modo como a escrita e os textos produzem efeitos na cultura. As conclusões indicam diversos problemas envolvidos no uso do conceito de linearidade e de seus correlatos, o que implica, em última instância, na necessidade de seu abandono dada a incapacidade que apresentam de recortar eficazmente os domínios e objetos a que se aplicam. Palavras-chaveComunicação. Pensamento linear. Meio de Comunicação. IntroduçãoO adjetivo linear e seu correlato, não linear, bem como o substantivo linearidade e seu correlato, não linearidade, são bastante comuns na literatura científica utilizada no campo da comunicação. São utilizados em diferentes contextos e por diferentes autores, mas glo-1 Uma versão anterior do presente texto foi apresentada no Grupo de Trabalho Comunicação e Cultura no XXIV Encontro Anual da Compós, realizado na Universidade Federal de Brasília e na Universidade Católica de Brasília entre 9 e 12 de Junho de 2015.
Discute-se a questão da produção de sentido na comunicação letrada através da abordagem de três apresentações diferentes dos Evangelhos: uma apresentação manuscrita, uma impressa e uma digital. Partindo de uma distinção entre “texto” e “livro”, defende-se a ideia de que os suportes materiais são importantes na construção dos sentidos sem contudo relegar ao segundo plano, como pouco importantes, as questões dos usos, das apropriações dos leitores e, obviamente, do texto. É desenhada uma proposta de cartografia mínima para o mapeamento da produção de sentido, envolvendo o texto, os aspectos materiais de sua apresentação, a dimensão individual e a social dos leitores.
Doutor em Comunicação pela UFRJ, Pós-Doutor em Comunicação pelo GRIS-UFMG. Bolsista Prociência UERJ/FAPERJ e professor da Faculdade de Comunicação da UERJ. Coordenador do grupo de pesquisa Livros e Cultura Letrada da UERJ
JornalismoO sujeito e a prensa tipográfica 1
The subject and the printing pressMárcio Souza GonçalveS Professor do Programa de Pós-Graduação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro -UERJ.
O presente artigo revisita o pensamento de autores clássicos da história do livro e da leitura para levantar pontos de tensão relevantes para a discussão da leitura no universo digital. Trata-se aqui, sobretudo, de problematizar uma visão linear dessas histórias, da leitura em voz em alta, durante a Idade Média, à informatização do escrito, no fim do século XX, abrindo espaço para uma concepção complexa e nuançada da relação entre leitura, tecnologia e cultura na história. Apresentamos inicialmente a visão dos principais marcos da história da livro – a invenção da escrita, o surgimento do códice, a expansão da impressão e a recente digitalização – a fim de discutir alguns pressupostos importantes para entender a leitura hoje. Por fim, concluímos que se deve evitar uma visão histórica linear e investir na ideia de que há diversos agentes além do tecnológico para se estudar e compreender diferentes práticas de leitura.Palavras-chave: História do livro. Práticas de leitura. Manuscrito. Impresso. Digital.
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