Abstract:Este estudo busca compreender como a relação entre teatro e ciência pode ser profícua na educação em ciências, a partir de atividade desenvolvida no "Ciência em Cena", área do Museu da Vida, Fundação Oswaldo Cruz/RJ. A atividade consiste na apresentação da peça "Lição de Botânica", de Machado de Assis, seguida de debate e exibição de cd-rom. Neste artigo foi analisado o primeiro semestre da temporada de 2007, que reuniu 1.827 pessoas. As 171 perguntas elaboradas durante os debates realizados após trinta espetá… Show more
“…Em sua conceituação, Wagensberg (2006) organizou exposições de ciências que buscavam integrar elementos baseados em conjunto de pressupostos no qual arte e ciência ocupariam dois polos diferentes em relação ao modo como operam, mas que dialogariam harmonicamente na exposição museológica. No cenário brasileiro, dentre as ações que visam ao diálogo entre arte e ciência, destaca-se o teatro, com mais de uma dezena de instituições científicas (L. M. Moreira & Marandino, 2015) dedicadas ao desenvolvimento de atividades, dentre produção de esquetes, mediações teatralizadas e até temporadas regulares de espetáculos (Gardair & Schall, 2009). "Catavento Cultural e Educacional", "Museu Histórico Nacional", "Museu da Vida", "Seara da Ciência" e "Museu Ciência e Vida" são algumas das entidades promotoras de ações multidisciplinares envolvendo a linguagem teatral.…”
Section: Arte E Ciência Em Museus E Centros De Ciênciaunclassified
Este artigo lança luz sobre a relação entre arte, educação e política, enfocando ações de educação não formal na área de divulgação científica, onde o interesse pelo diálogo entre arte e ciência é crescente. O entrelaçamento de diferentes campos do conhecimento propõe desafios específicos, dispostos em múltiplas camadas. Sejam aqueles relacionados ao status atribuído a cada campo e a consequente influência nas políticas implantadas para eles ou às estratégias pedagógicas, que devem ser concebidas de modo a considerar alfabetos próprios a cada área envolvida; ou, ainda, ao fato de vivermos em uma época na qual o paradigma dominante é o científico. O pano de fundo da discussão aqui proposta consiste em atividades desenvolvidas pelos “Espaços da Ciência” vinculados à Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj). Constatou-se que combinar arte e ciência pode contribuir para o entendimento de afetos, desafetos, emoções, princípios históricos, razões sociais, interesses políticos, inclinações partidárias e tantos outros determinantes da produção do conhecimento.
“…Em sua conceituação, Wagensberg (2006) organizou exposições de ciências que buscavam integrar elementos baseados em conjunto de pressupostos no qual arte e ciência ocupariam dois polos diferentes em relação ao modo como operam, mas que dialogariam harmonicamente na exposição museológica. No cenário brasileiro, dentre as ações que visam ao diálogo entre arte e ciência, destaca-se o teatro, com mais de uma dezena de instituições científicas (L. M. Moreira & Marandino, 2015) dedicadas ao desenvolvimento de atividades, dentre produção de esquetes, mediações teatralizadas e até temporadas regulares de espetáculos (Gardair & Schall, 2009). "Catavento Cultural e Educacional", "Museu Histórico Nacional", "Museu da Vida", "Seara da Ciência" e "Museu Ciência e Vida" são algumas das entidades promotoras de ações multidisciplinares envolvendo a linguagem teatral.…”
Section: Arte E Ciência Em Museus E Centros De Ciênciaunclassified
Este artigo lança luz sobre a relação entre arte, educação e política, enfocando ações de educação não formal na área de divulgação científica, onde o interesse pelo diálogo entre arte e ciência é crescente. O entrelaçamento de diferentes campos do conhecimento propõe desafios específicos, dispostos em múltiplas camadas. Sejam aqueles relacionados ao status atribuído a cada campo e a consequente influência nas políticas implantadas para eles ou às estratégias pedagógicas, que devem ser concebidas de modo a considerar alfabetos próprios a cada área envolvida; ou, ainda, ao fato de vivermos em uma época na qual o paradigma dominante é o científico. O pano de fundo da discussão aqui proposta consiste em atividades desenvolvidas pelos “Espaços da Ciência” vinculados à Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj). Constatou-se que combinar arte e ciência pode contribuir para o entendimento de afetos, desafetos, emoções, princípios históricos, razões sociais, interesses políticos, inclinações partidárias e tantos outros determinantes da produção do conhecimento.
“…Em meio à ampla defesa do teatro como forma de divulgar ciência e da grande diversidade de práticas que resultam, atualmente, das interações entre esta e o teatro -em termos de temáticas, formatos, motivações, dentre outros aspectos (ALMEIDA; LOPES, 2019) -, alguns autores têm pertinentemente advertido que o teatro não deve ser visto como um mero veículo pelo qual um conteúdo científico é transmitido ao público, pois essa visão desvaloriza a potência da linguagem teatral e condecora a ciência, colocando a primeira a serviço da última. Por ser uma prática coletiva e essencialmente interativa, o teatro não apenas transmite mensagens, mas permite ampliar outras habilidades humanas, como o senso crítico e o exercício da cidadania (GARDAIR;SCHALL, 2009).…”
Atividades teatrais com motes científicos têm se tornado prática cada vez mais comum na divulgação científica, alcançando novos espaços e públicos. No Brasil, uma parcela significativa dessa prática acontece em museus e centros de ciência. No Museu da Vida/Fiocruz, por exemplo, o teatro integra organicamente a programação de atividades oferecida aos visitantes. Em 2015, face ao aumento no número de casos de HIV/Aids entre jovens, o museu desenvolveu uma atividade teatral para engajar esse público no debate sobre o tema. Com o objetivo de analisar o potencial da peça O rapaz da rabeca e a moça Rebeca, seguida de debate, como estratégia de divulgação científica, visitamos quatro escolas em que o espetáculo fora apresentado cerca de seis meses antes e realizamos 25 entrevistas e oito grupos focais com um total de 72 estudantes que haviam participado da atividade. Os resultados indicam que a iniciativa foi bem-sucedida como estratégia de divulgação científica, uma vez que se conectou com a realidade dos jovens, agradou-os em diferentes aspectos e estimulou – em alguns casos – reflexões e conversas sobre o tema das IST, do HIV/Aids e da sexualidade, entre os estudantes e entre eles e seus professores e familiares.
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