Abstract:Como por descuido se dá um desvelamento, atrás do outro...
(Oitava elegia, Rainer Maria Rilke)RESUMO: O artigo investiga o movimento constitutivo dos modos de relação que a subjetividade estabelece com o estranho e o outro. Num primeiro momento, destaca-se a constituição de uma relação de identidade e exclusão que remonta ao início da Filosofi a, com a teoria platônica, na qual o estranho se situa no corpo e no afastamento penoso das pulsões e dos afetos, pela separação entre corpo e alma. Num segundo momento,… Show more
“…Considerando a presença de outros seres presentes no campo relacional, a problematização do papel do outro na produção da subjetividade, torna-se um tema recorrente de preocupação para os pensadores modernos. No diagnóstico realizado por Hermann (2011) acerca dos lugares do outro na modernidade, este é visto inicialmente, como problema, associado a presença de um estranho. Enquanto seu contrário, ou seja, distinto do eu, a presença da alteridade, considerada como limite do Eu, demarca lugares e posicionamentos que precisam ser tomados em relação ao Outro.…”
Nas discussões sobre a constituição da subjetividade, o debate sobre o papel do Outro é algo relativamente recente. O objetivo do artigo é discutir esse processo a partir da alteridade e a construção de uma ética para a contemporaneidade tendo por base o debate realizado pelo sociólogo Zygmunt Bauman em especial, quanto ao diálogo realizado com o pensamento de Emmanuel Lévinas e sua ética radical. Após uma breve contextualização do pensamento moderno na qual temos, para Lévinas, uma “alergia a alteridade” é apresentado o conceito de Rosto como expressão da alteridade, numa perspectiva na qual o Outro não é reduzido ao mesmo, não sendo identidade nem limite do eu. Da alteridade dá-se a produção de um sujeito ético, em Lévinas, entendido como responsável pelo Outro. Esse é um dos fundamentos para a proposição ética de Zygmunt Bauman que parte da crítica a universalização de normativas de conduta e a dificuldade de relacionamento na sociedade contemporânea. Desse modo, a contemporaneidade nos exige uma nova forma de tratar as questões vinculares, abrindo possibilidades de, através das emoções e afetos, resgatar a alteridade dos relacionamentos.
“…Considerando a presença de outros seres presentes no campo relacional, a problematização do papel do outro na produção da subjetividade, torna-se um tema recorrente de preocupação para os pensadores modernos. No diagnóstico realizado por Hermann (2011) acerca dos lugares do outro na modernidade, este é visto inicialmente, como problema, associado a presença de um estranho. Enquanto seu contrário, ou seja, distinto do eu, a presença da alteridade, considerada como limite do Eu, demarca lugares e posicionamentos que precisam ser tomados em relação ao Outro.…”
Nas discussões sobre a constituição da subjetividade, o debate sobre o papel do Outro é algo relativamente recente. O objetivo do artigo é discutir esse processo a partir da alteridade e a construção de uma ética para a contemporaneidade tendo por base o debate realizado pelo sociólogo Zygmunt Bauman em especial, quanto ao diálogo realizado com o pensamento de Emmanuel Lévinas e sua ética radical. Após uma breve contextualização do pensamento moderno na qual temos, para Lévinas, uma “alergia a alteridade” é apresentado o conceito de Rosto como expressão da alteridade, numa perspectiva na qual o Outro não é reduzido ao mesmo, não sendo identidade nem limite do eu. Da alteridade dá-se a produção de um sujeito ético, em Lévinas, entendido como responsável pelo Outro. Esse é um dos fundamentos para a proposição ética de Zygmunt Bauman que parte da crítica a universalização de normativas de conduta e a dificuldade de relacionamento na sociedade contemporânea. Desse modo, a contemporaneidade nos exige uma nova forma de tratar as questões vinculares, abrindo possibilidades de, através das emoções e afetos, resgatar a alteridade dos relacionamentos.
“…Neste sentido, a hermenêutica gadameriana pode ser vista como um esforço para dar voz ao outro, tendo em vista que "toda autocompreensão se 37 realiza ao compreender algo distinto e, inclui a unidade e a mesmidade desse outro" 40 . Este "e o estranho tiveram um papel decisivo para a hermenêutica, especialmente por meio das categorias estranheza e familiaridade, constitutivas da compreensão" 41 . Neste sentido, pode-se afirmar que Gadamer se aproxima dos filósofos do diálogo e da alteridade.…”
Section: A Filosofia Hermenêutica a Partir Da Práxis Intersubjetiva Em Gadamer E Habermasunclassified
O presente artigo tenciona promover um debate entre Gadamer e Habermas, respectivamente partindo das obras La herencia de Europa e A inclusão do outro: estudos de teoria política, no que tange ao problema do multiculturalismo nas sociedades democráticas contemporâneas, uma vez que a partir da globalização econômica e homogeneização cultural surgem graves riscos de autoalienação por parte de certas comunidades e o desrespeito para com as diferenças culturais das minorias inatas. Os pensadores aqui estudados têm como proposta uma racionalidade alternativa voltada ao diálogo solidário, bem como ao respeito intersubjetivo que deve ser constantemente motivado a partir da formação educacional dos sujeitos pertencentes às mais diferentes culturas e nacionalidades.
RESUMO Os estudos comparados em educação buscaram, historicamente, atender a diferentes preocupações e abordagens teóricas passando pela comparação das semelhanças e dessemelhanças entre os sistemas educativos nacionais, como estratégia para orientar as reformas educativas, até os estudos visando à produção de sentidos e de solidariedades simbólicas. Por isso, este artigo objetiva colocar em relevo os rastros históricos dos estudos comparados para contextualizar a evolução de suas discussões até o presente. O estudo, de natureza teórica, é referenciado na abordagem hemenêutico-reconstrutiva de Habermas. A atualidade da educação comparada revela que a compreensão científica tem exigido a investigação de contextos diversificados de modo que possa elucidar problemas comuns. Assim, entendemos que, ao se debruçar nos problemas educacionais, a educação comparada pode, por meio do discurso com o outro, encontrar caminhos cada vez mais adequados às nossas experiências no mundo vivido.
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