Resumo As startups são empresas que apresentam modelos de negócios marcados pela inovação, rapidez, flexibilidade e alta capacidade de adaptação aos mercados. Atuando em diferentes setores socioeconômicos, elas prometem criar e transformar produtos e serviços. A emergência e disseminação dessas empresas ocorrem em um momento histórico de mudanças iniciadas a partir de 1970 e marcadas pelas crises geradas com o esgotamento do paradigma da sociedade urbano industrial. No Brasil, o número desse modelo de negócio apresentou uma expansão expressiva, alcançando a marca de 13.374 nos últimos cinco anos. Atento a esse cenário, o objetivo desta pesquisa consistiu em compreender como sujeitos, grupos e instituições atribuem sentidos à experiência de trabalho nas chamadas startups. Na parte teórica, as condições sociais e econômicas que possibilitaram a emergência e disseminação das startups são analisadas em uma perspectiva crítica. A parte empírica, por sua vez, apresenta depoimentos de empreendedores relatando o contexto geral de atuação nas startups. Ao final deste artigo, conclui-se que há uma instrumentalização capitalística de componentes subjetivos específicos selecionados e colocados em circulação para fortalecer o modo de produção capitalista financeirizado.
Nas discussões sobre a constituição da subjetividade, o debate sobre o papel do Outro é algo relativamente recente. O objetivo do artigo é discutir esse processo a partir da alteridade e a construção de uma ética para a contemporaneidade tendo por base o debate realizado pelo sociólogo Zygmunt Bauman em especial, quanto ao diálogo realizado com o pensamento de Emmanuel Lévinas e sua ética radical. Após uma breve contextualização do pensamento moderno na qual temos, para Lévinas, uma “alergia a alteridade” é apresentado o conceito de Rosto como expressão da alteridade, numa perspectiva na qual o Outro não é reduzido ao mesmo, não sendo identidade nem limite do eu. Da alteridade dá-se a produção de um sujeito ético, em Lévinas, entendido como responsável pelo Outro. Esse é um dos fundamentos para a proposição ética de Zygmunt Bauman que parte da crítica a universalização de normativas de conduta e a dificuldade de relacionamento na sociedade contemporânea. Desse modo, a contemporaneidade nos exige uma nova forma de tratar as questões vinculares, abrindo possibilidades de, através das emoções e afetos, resgatar a alteridade dos relacionamentos.
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