2019
DOI: 10.21579/issn.2526-0375_2018_n2_38-51
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Bio(necro)política da mineração: quando o desastre atinge o corpo-território

Abstract: O artigo aborda o desastre da Samarco, como processo, vivenciado desde a escala do corpo pelos atingidos. A partir de uma bionecropolítica da mineração, com base em relatórios produzidos e em alguns relatos, destacamos os problemas de saúde vivenciados em Mariana e Barra Longa MG em decorrência do desastre. Para além das doenças, o sofrimento social dos atingidos é engendrado nos processos de desterritorialização e na constante deslegitimação de suas narrativas e denúncias.

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“…De um ponto de vista qualitativo, os temas abordados pelos trabalhos são muito diversos. Eles versam, de modo geral, sobre a produção da morte em populações nativas pelos impactos de grandes projetos ligados à mineração e à expansão do agronegócio (PEDRO e SANTOS, 2018;PENIDO, 2018;MONDARDO, 2019), o problema da "seletividade penal" e do racismo no sistema prisional (CARVALHO, 2018;REBOUÇAS e SANTOS, 2018;UZIEL et al, 2018), políticas públicas de saúde sobre populações vulneráveis NETO, 2018;MATOS e TOURINHO, 2018), o controle técnico-burocrático do Estado sobre a vida dos mortos (MEDEIROS, 2017(MEDEIROS, , 2018, entre outros. No entanto, a maior parte deles se debruça sobre facetas específicas da violência sobre a vida dos vivos, em especial no tocante à dimensão de gênero (RUCOVSKY, 2015;BENTO, 2018;CAVALCANTI et al, 2018;GOMES, 2018;STEFANI MEDEIROS, 2019) e, sobretudo, à dimensão racial das mortes produzidas pela letalidade violenta (ALVES, 2011;RIBEIRO JÚNIOR, 2016;BERTRANI GOMES, 2017;MIRANDA, 2017;CARDOSO, 2018).…”
unclassified
“…De um ponto de vista qualitativo, os temas abordados pelos trabalhos são muito diversos. Eles versam, de modo geral, sobre a produção da morte em populações nativas pelos impactos de grandes projetos ligados à mineração e à expansão do agronegócio (PEDRO e SANTOS, 2018;PENIDO, 2018;MONDARDO, 2019), o problema da "seletividade penal" e do racismo no sistema prisional (CARVALHO, 2018;REBOUÇAS e SANTOS, 2018;UZIEL et al, 2018), políticas públicas de saúde sobre populações vulneráveis NETO, 2018;MATOS e TOURINHO, 2018), o controle técnico-burocrático do Estado sobre a vida dos mortos (MEDEIROS, 2017(MEDEIROS, , 2018, entre outros. No entanto, a maior parte deles se debruça sobre facetas específicas da violência sobre a vida dos vivos, em especial no tocante à dimensão de gênero (RUCOVSKY, 2015;BENTO, 2018;CAVALCANTI et al, 2018;GOMES, 2018;STEFANI MEDEIROS, 2019) e, sobretudo, à dimensão racial das mortes produzidas pela letalidade violenta (ALVES, 2011;RIBEIRO JÚNIOR, 2016;BERTRANI GOMES, 2017;MIRANDA, 2017;CARDOSO, 2018).…”
unclassified
“…Esse tipo de violência, uma violência silenciada, se expressa no Conjunto Heliópolis pela convivência com a contaminação e pelo descaso pela vida e a saúde da população local, em função de sua corporificação e vulnerabilização, configurando um processo de desterritorialização que, segundo Penido (2018), implica na perda e privação do acesso ao ambiente em qualidade e em quantidade necessária para o exercício das atividades humanas locais.…”
Section: A Vertente Institucional: Neoliberalismo Vulnerabilização Eunclassified
“…Esse processo pode ocorrer tanto pelo deslocamento físico do território, em função da presença de riscos, bem como pela permanência no local quando as condições ambientais e de reprodução social são impossibilitadas (PENIDO, 2018) Aqui se pode ver como as políticas brasileiras são dotadas de contradições oriundas de sua própria lógica de vulnerabilização e corporificação dos sujeitos, como é o caso dos edifícios construídos pela municipalidade na Gleba L. O mesmo fator que possibilitou o início do gerenciamento de risco no local, a regularização das moradias do Conjunto Heliópolis, pode ser um fator para (re)afirmar a injustiça ambiental vivenciada pelos moradores, haja vista que eles poderão ser responsabilizados pela última etapa do gerenciamento de risco, o monitoramento, e dos eventuais encargos que dele vier a existir, como expressa o representante técnico da COHAB-SP.…”
Section: A Vertente Institucional: Neoliberalismo Vulnerabilização Eunclassified
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