Abstract:Este artigo tem como objetivo analisar o entrelaçamento entre a identidade da terceira idade e os padrões normativos de construção das identidades contemporâneas. Para tanto, analisaremos algumas características específicas da identidade da terceira idade à luz de critérios que compõem as concepções identitárias vigentes na contemporaneidade: autonomia, autorresponsabilização, atividade, flexibilidade e aprendizagem, e "ausência de idade". Concluímos identificando uma duplicidade como característica da terceir… Show more
“…É importante assinalar que ambas as perspectivas estão presentes no imaginário social e determinam o que a sociedade considera como envelhecer bem (aderir ao modelo de conduta adequado para a terceira idade) ou envelhecer mal (o declínio) (Debert, 2010;Ribeiro, 2019;Silva, 2009). Desse modo, o envelhecimento pode ser compreendido como:…”
Section: O Ocultamento Da Morte E O Pacto Pelo Silênciounclassified
Resumo Um importante dispositivo do poder médico pode ser caracterizado pela atitude paternalista frente ao paciente, estabelecendo uma relação assimétrica na qual o médico possui o conhecimento necessário para definir o melhor para o paciente. A bioética busca minimizar essa assimetria através da ideia de que o paciente possui o direito de consentir sobre as intervenções que serão (ou não) realizadas em seu corpo. Porém, uma situação comum para algumas especialidades médicas é o recurso da mentira terapêutica. O presente artigo busca refletir sobre o uso da mentira terapêutica a partir da análise de um caso viés etnográfico. A análise realizada evidencia a mentira terapêutica enquanto um desdobramento do ocultamento da morte e do morrer. Além disto, possibilita a reflexão sobre o processo de apagamento da capacidade de autonomia e de consentimento entre idosos como resultado da individualidade e da independência enquanto valores fundamentais para a sociedade moderna contemporânea.
“…É importante assinalar que ambas as perspectivas estão presentes no imaginário social e determinam o que a sociedade considera como envelhecer bem (aderir ao modelo de conduta adequado para a terceira idade) ou envelhecer mal (o declínio) (Debert, 2010;Ribeiro, 2019;Silva, 2009). Desse modo, o envelhecimento pode ser compreendido como:…”
Section: O Ocultamento Da Morte E O Pacto Pelo Silênciounclassified
Resumo Um importante dispositivo do poder médico pode ser caracterizado pela atitude paternalista frente ao paciente, estabelecendo uma relação assimétrica na qual o médico possui o conhecimento necessário para definir o melhor para o paciente. A bioética busca minimizar essa assimetria através da ideia de que o paciente possui o direito de consentir sobre as intervenções que serão (ou não) realizadas em seu corpo. Porém, uma situação comum para algumas especialidades médicas é o recurso da mentira terapêutica. O presente artigo busca refletir sobre o uso da mentira terapêutica a partir da análise de um caso viés etnográfico. A análise realizada evidencia a mentira terapêutica enquanto um desdobramento do ocultamento da morte e do morrer. Além disto, possibilita a reflexão sobre o processo de apagamento da capacidade de autonomia e de consentimento entre idosos como resultado da individualidade e da independência enquanto valores fundamentais para a sociedade moderna contemporânea.
“…É crescente o interesse que tem sido dispensado, na contemporaneidade ocidental, à promoção de uma vida saudável e longeva (NERI, 2006;SILVA, 2009;AMTHAUER;FALK, 2014). Em tal contexto, a preocupação com a saúde na velhice adquiriu um lugar de destaque, legitimado tanto pelo discurso médico quanto pela mídia (DOURADO;LEIBING, 2002).…”
Section: N T R O D U ç ã Ounclassified
“…No que diz respeito a essa experiência da identidade "terceira idade" por parte das pessoas idosas, Silva (2009) afirma que sua adoção garante a possibilidade de uma filiação identitária mais positiva e menos estigmatizante. Além disso, fornece um alargamento dos significados ligados ao envelhecer, isto é, uma alteração do sentido de velhice que deixaria de ser a etapa final da vida para se tornar o começo de uma nova etapa.…”
Section: N T R O D U ç ã Ounclassified
“…Não há dúvida de que a "identidade terceira idade" é vista no mundo contemporâneo de maneira extremamente positiva, pois carrega um conjunto de atributos altamente valorizados na contemporaneidade. Segundo Silva (2009), a "identidade terceira idade" é marcada pelas características que são constitutivas dos padrões contemporâneos de construção das identidades nas sociedades modernas, ou seja, o individualismo, a autorresponsabilização, o imperativo à atividade, a flexibilidade, a disposição para aprender e a noção de "ausência de idade".…”
Na contemporaneidade, os mais diferentes discursos sobre uma vida saudável, que prometem felicidade e bem-estar, mas também prescrevem condutas, modos de ser e de viver, são produzidos por especialistas em saúde e veiculados pela mídia. Nesses discursos, a velhice é sinônima de doença, e a juventude, de saúde. Cada vez mais, são produzidos discursos que prometem uma velhice sem as marcas que lhe são próprias. Neste artigo, fruto de uma pesquisa mais ampla, apresentamos algumas definições sobre a velhice construídas em discursos de idosos, praticantes e não praticantes de atividades físicas, da cidade de Campina Grande – PB. Foram entrevistados cinco homens e nove mulheres, com idades que variaram de 62 a 88 anos. As entrevistas foram submetidas à Análise de Discurso. Os relatos constroem uma imagem da velhice que contraria a tradicional, segundo a qual os idosos são fracos, impotentes e não têm projetos para o futuro. A velhice, neles, assemelha-se muito à “identidade terceira idade”, cada vez mais presente na sociedade e na mídia, uma imagem na qual essa fase da vida aparece como a “melhor idade”, um período do ciclo vital pleno de possibilidades.
“…The aging experience has been changing in recent years, so that clear transformations in its social image can be observed; in the different possibilities of getting new experiences, as well as the challenges these extra years lived offer to individuals and society [40]. Thus, individuals can recognize and construct aging in different ways; this construction will depend on how people observe aging and how it is perceived by each of us: aging labeled as losses or as a "new" phase of wholeness and capacities [41].…”
Section: Rethinking Aging and Promoting Another Social Identity For Ementioning
This is a theoretical study on the work capacity of elderly people based on the Social Identity Theory-SIT. In that perspective, work capacity can be considered as the result of a dynamic process. It refers to the worker's skills to execute professional activities according to the job requirements and his/her health condition. The SIT aims to highlight the existing impact on people's behavior when they find themselves members of social categories and, therefore, it involves the operation of three psychological processes, which are: social categorization, social identification and social comparison. Thus, one can assume that society characterizes the elderly people as belonging to the retired group, and from a capitalist perspective, considers these people as unproductive. Their identity is linked to workers who are active in the job market; in addition, the chronological determinant of age does not impede elderly people from continuing in the job market. When elderly people are considered capable of developing their activities, whether professionally or not, and start to play new social roles, the start of the transformation in the conception of old age is perceived. In view of this panorama, a Conceptual Theoretical base is proposed, aiming to locate the phenomenon "work capacity" inside the aging process as this capacity is centered on the advanced activities of daily living.
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