Palavras-chave: Autismo, auto-erotismo, prevenção, psicopatologiaNota-se que nessa descrição classificatória é estabelecida uma relação linear causal entre dois padrões comportamentais: "a tendência em estar absorto consigo mesmo" e "o desinteresse às comunicações das pessoas". Trata-se de uma conclusão no mínimo discutível. Se, por um lado, os padrões comportamentais descritos com relação aos bebês são da ordem do observável, o mesmo não se pode dizer da relação linear causal entre esses dois padrões comportamentais. A causalidade linear é atribuída pelo observador, pois, na verdade, o que é observável são os dois padrões comportamentais que podem ocorrer ao mesmo tempo ou em diferentes momentos. Por que estabelecer uma relação linear causal entre eles? Por que "estar sintonizado em suas próprias sensações e/ou fantasias" é considerado um comportamento que impede o bebê ou a criança pequena de prestar atenção às comunicações de outras pessoas?O questionamento da relação linear causal entre os dois padrões comportamentais -"estar absorto consigo mesmo" e "estar desinteressado às comunicações das pessoas" -possibilita pensar sob um outro prisma, a saber, o papel da criatividade e da imaginação do bebê nesses comportamentos. Quais as relações existentes entre "estar absorto consigo mesmo" e a capacidade do bebê e da criança pequena de "criar, imaginar e fantasiar"? O estudo das psicopatologias precoces relacionadas ao desenvolvimento da criança evidencia um ponto central da discussão sobre a relação linear causal entre "estar absorto consigo mesmo" e a "capacidade de criar, imaginar e fantasiar".