Análise descritiva da mortalidade por câncer de pulmão no município de São Paulo de 2005 a 2014

Abstract

Objetivos: Analisar o câncer de pulmão e brônquios de acordo com sexo, idade e localização no Município de São Paulo para facilitar desenvolvimento e implementação de políticas públicas de prevenção e combate à doença. Métodos: Análise de dados extraídos do Sistema de Informação de Mortalidade – SIM do DataSus, referentes a pacientes a partir de 0 anos de idade que faleceram em razão da doença no Município de São Paulo, no período de 2005 a 2014. Resultados: A mortalidade foi maior em pacientes do sexo masculino em todas as faixas etárias estudadas, mas especialmente maior entre aqueles acima dos 50 anos de idade. Quanto a localidade, nota-se um coeficiente de mortalidade maior nos distritos administrativos mais ricos de São Paulo. Conforme aumenta a renda da população, maior é o número de fumantes, pois são regiões que possuem mais recursos para financiar o hábito por tabaco. Conclusão: Os dados demonstraram que sexo, idade e localização residencial, associados a tabagismo, exposição ocupacional e poluição atmosférica; influenciaram a taxa de mortalidade no período estudado. Assim, evidencia-se a necessidade de políticas de controle e/ou preservação contra os fatores predisponentes, como forma de diminuir a incidência da doença.

Mortalidade por câncer de pulmão: perfil e tendências após a vigência da Lei Antifumo

“…Em estudo realizado no município de São Paulo verificou-se aumento importante dos coeficientes de mortalidade ao longo da idade, em especial acima de 50 anos. A idade explica 96% da mortalidade por câncer de pulmão no período estudado (2005-2014) 20 .…”

“…O impacto da mortalidade entre os indivíduos mais velhos, guarda relação com a vulnerabilidade fisiológica própria da idade 20 , com a carga crônica do agravo, e por este tipo de neoplasia ter relação direta com a exposição crônica ao tabaco, ou seja, a manutenção de taxas elevadas de mortalidade em populações mais idosas também se deve à experiência passada de tabagismo 17 .…”

“…Neste estudo chama a atenção a diminuição do percentual de óbitos entre os menores de 50 anos, principalmente após a Lei, e ressalta-se que este grupo é mais suscetível as ações de intervenção governamentais para o controle do tabagismo [20][21] .…”

Tabagismo entre estudantes de Medicina das Faculdades Nova Esperança e Ciências Médicas da Paraíba

“…Conforme pesquisa realizada por (Pereira et al, 2008), com alunos de Medicina da UFES-ES, dos 168 alunos entrevistados, a prevalência de tabagismo foi de 51,3% em homens e 48,7% mulheres. No mesmo sentido, outro estudo realizado com os alunos do primeiro ao quarto período dos cursos de Medicina e Enfermagem da Universidade Anhembi Morumbi, foi possível verificar que o índice de homens fumantes do curso de Medicina era de 34,5% e de mulheres foi de 22,7% (Polonio et al, 2017).…”

“…Os alunos de Medicina das faculdades estudadas que se disseram tabagistas somaram 5,4%, enquanto 94,6% não eram tabagistas, tal dado condiz com o estudo realizado com os alunos de Pouso Alegre -MG que apresentaram prevalência de 7,8% (Almeida et al, 2011). No mesmo sentido, uma pesquisa realizada pela Universidade Anhembi, verificou que, do total de 123 alunos analisados, 29 (23,2%) eram fumantes (Polonio et al, 2017). Assim como no estudo de Vassouras-RJ que apresentou Research, Society and Development, v. 12, n. 3, e14412340508, 2023 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40508 6 17% de prevalência de tabagismo (Werneck et al, 2016), e a Faculdade de Medicina ULBRA-RS onde 18,7% se declaram fumantes (Zettler et al, 2015).…”