“…Apesar da área de História da Ciência e Ensino encontrar-se estabelecida, entendemos que discussões historiográficas mais recentes (Silva et al 2018;Netto et al 2015;Raicik;Peduzzi 2015;Moura;Guerra, 2016) indicam que sendo a ciência uma construção humana, e, portanto, politicamente, economicamente, socialmente, culturalmente e espaço-temporalmente localizadas, certas alteridades têm sido invisibilizadas e, em muitos casos, apagadas da História da Ciência com base nas prerrogativas de sistemas culturais estruturantes como racismo (Munanga, 1998;Fanon, 2008;Nascimento, 2016), xenofobia, machismo e lesbohomotransfobia (ver, por exemplo, Alves-Brito et al, 2018a, para uma discussão inicial). Há vários exemplos na História da Ciência em que mulheres, negros e negras, indígenas e LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros) têm sofrido os efeitos de sistemas opressores que, muitas vezes referendados pela própria ciência, têm privilegiado um perfil de cientista como sendo: homem, branco, heterossexual e "bem nascido".…”