Este trabalho tem o objetivo de trazer para o debate epistemológico algumas das principais idéias filosóficas de Ilya Prigogine enquanto cientista e um pequeno resumo de suas teorias científicas enquanto filósofo. Queremos crer que ele próprio, um eminente físico-químico ganhador do Prêmio Nobel de Química em 1977, não se dizia filósofo da ciência. Mas sua inovadora interpretação do tempo, do caos e da instabilidade, fontes de desordem e também de ordem, nos proporciona uma excursão por uma ciência em evolução, nas palavras de Prigogine, e não deixa dúvidas de suas profundas contribuições para uma renovada visão de inter-relação entre ciência e filosofia. As idéias aqui sumarizadas, no entanto, não devem ser tomadas como generalizações indevidas, pois as pesquisas nessaárea ainda estão em curso, mas tão somente como uma instigante contribuiçãoàs visões epistemológicas contemporâneas. Palavras-chave: filosofia da ciência, Prigogine, paradoxo do tempo.The objective of this paper is to bring to the epistemological debate some of the major philosophical ideas of Ilya Prigogine as a scientist and a short summary of his scientific theories as a philosopher. We believe that he, a well known physicist-chemist, 1977 Nobel Prize winner in chemistry, did not consider himself a philosopher of science. However, his new interpretation of time, of chaos and instability, sources of disorder as well as of order, takes us to an excursion through a science in evolution, according to Prigogine's words, and it leaves no doubts about his deep contributions to a renewed view of the interrelationship between science and philosophy. The ideas summarized in this paper should not be taken as undue generalizations, since studies in this area are still underway, but just as an stimulating contribution to contemporary epistemological views. Keywords: philosophy of science, Prigogine, time paradox. IntroduçãoEste pretende ser apenas um texto introdutórioàs idéias epistemológicas de Ilya Prigogine (1917-2003. Prigogine nasceu em Moscou e faleceu em Bruxelas, com 86 anos de idade. Estudou física e química na Universidade Livre de Bruxelas, Bélgica, para onde seus pais se mudaram quando ele tinha 4 anos, e obteve nacionalidade belga. Ganhou o prêmio Nobel de Química em 1977 por suas contribuiçõesà termodinâmica de não-equilíbrio e pela teoria das estruturas dissipativas. Foi diretor dos Institutos Solvay de Física e Química, em Bruxelas, e diretor do Centro Ilya Prigogine de Mecânica Estatística, Termodinâmica e Sistemas Complexos de Austin, Texas. Suas idéias inovadoras nos levam a repensar o papel do nosso tempo, a nossa visão sobre o conhecimento e, particularmente, sobre as leis fundamentais da física que buscam explicar o universo. Seu enfoque centra-se em que sistemas instáveis (de não-equilíbrio) estão na base da descrição microscópica do universo e, com isso, as leis da dinâmica precisam ser formuladas em nível estatístico, aonde a irreversibilidade e a seta do tempo surgem como elementos fundamentais e indissociáveis dos sistemas instáv...
Neste trabalho descrevemos como foi implementada uma disciplina de história e epistemologia da física no currículo de formação de professores de física e apresentamos uma análise quantitativa das mudanças ocorridas nas concepções dos alunos sobre a natureza da ciência. Este trabalhoé o terceiro de um conjunto de quatro que descrevem detalhadamente a experiência que tivemos na implementação dessa disciplina. Os outros três são de natureza qualitativa. Palavras-chave: epistemologia, física, formação de professores.In this paper we describe how a course on history and epistemology of physics was implemented in the curriculum of physics teachers preparation and we present a quantitative analysis of changes that happened in students' conceptions regarding the nature of science. This paper is the third one of series of four papers that describe with details the experience we had in the implementation of this course. The other papers are of qualitative nature.
Resumo Este trabalho consiste em uma revisão da literatura e da legislação sobre a avaliação da aprendizagem focalizando o Ensino de Ciências Naturais. Foram examinadas criticamente a legislação do Brasil e do Estado do Rio Grande do Sul e artigos de revistas da área da Educação e do Ensino de Ciências. O estudo1revela que há certo consenso na literatura sobre o predomínio da avaliação tradicional, centrada em provas escritas, atrelada ao modelo de busca de resultados. A legislação reconhece que a avaliação da aprendizagem utilizada na escola distancia-se das orientações oficiais, que enfatizam os aspectos qualitativos e formativos sobre os quantitativos. Literatura e legislação convergem com a orientação de que os professores precisam diversificar seus instrumentos visando alcançar uma avaliação formativa. Reflete-se também o debate acerca das possibilidades e limitações das avaliações externas e proposta do Plano Nacional da Educação de 2014 para englobar o Ensino de Ciências no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), mas percebe-se que muito pouco desse debate chega efetivamente nas salas de aula.
Um dos desafios da educação ambiental para o século XXI é a inserção da temática do aquecimento global ou mudanças climáticas na sala de aula escolar. A natureza complexa do tema torna difícil a tarefa do(a) professor(a) em separar os elementos controversos e não controversos dessa temática. Neste sentido, este trabalho visa ir ao encontro dessa dificuldade discutindo sob uma perspectiva da história e epistemologia da ciência a temática do consenso científico sobre aquecimento global antropogênico. Embora em contextos midiáticos e inclusive educacionais este tema muitas vezes ainda seja apresentado como um exemplo de controvérsia científica, argumentamos, tomando por bases trabalhos de história, filosofia e sociologia da ciência, que aquecimento global antropogênico é uma matéria sobre a qual existe atualmente um amplo e legítimo consenso científico. Neste sentido, defendemos que é necessário que educadores(as) e pesquisadores(as) em ensino de ciências tomem cautela ao tratar dessa temática da perspectiva do ensino da controvérsia e, de modo especial, prestem atenção ao que vem sendo chamado na literatura internacional de ‘controvérsias científicas fabricadas’ na esfera pública, com vistas a confundir o público em geral sobre a seriedade de diferentes problemas ambientais, inclusive as mudanças climáticas. Assim, consideramos importante que educadores(as) das ciências que pretendem optar pelo ensino da controvérsia em sala de aula aprofundem seus estudos de história da ciência para avaliar, de modo apropriado, o debate sobre aquecimento global.
Este estudo investigou possíveis relações entre as concepções sobre a natureza da ciência, de professores de Física, e suas práticas docentes, por meio de uma análise cruzada de três estudos de caso do tipo etnográfico. A observação etnográfica deu-se por imersão nas aulas de Física de três professores de Ensino Médio atuando em diferentes tipos de escolas: particular, pública e militar. Os resultados do cruzamento indicaram: que as práticas didáticas observadas não incluem aspectos sobre a natureza da ciência; que a Epistemologia e a História da Física ainda não se fazem presentes de forma explícita nas aulas de Física do Ensino Médio; que as relações entre as visões epistemológicas dos professores e suas práticas são frágeis e se manifestam de forma implícita. No entanto, foi possível vislumbrar algumas diferenças nas práticas daqueles professores que têm uma visão epistemológica mais contemporânea, pois tendem a manter um espírito mais aberto à inovação didática.
O presente trabalho versa sobre possibilidades, tendências da literatura e estratégias didáticas para introduzir a Física Quântica no Ensino Médio, atentando para uma aprendizagem conceitual, visando conciliar História e Epistemologia com a aquisição de significados pelos educandos. Também buscamos trazer algum auxílio para professores, sobretudo quanto à escolha dos tópicos a serem ministrados, uma vez que não há total consenso na comunidade de Pesquisa em Ensino de Física quanto aos temas, a ordem, ou a forma como os diferentes assuntos desse campo podem ser ministrados. Nosso objetivo é apresentar algumas possibilidades para o Ensino de Física Quântica, através de um estudo teórico na forma de uma breve revisão da literatura e entrevistas curtas com professores especialistas, o que guiou o planejamento e execução de uma atividade prática na forma de um Módulo Didático. Concluímos que, dentro das diversas possibilidades quanto à execução de uma atividade didática, é possível um encaminhamento para uma aprendizagem mais conceitual, com a indicação de que alguns temas, como Interferência e Difração, são fundamentais e merecem grande atenção em uma unidade de ensino.
Resumo. O objetivo deste trabalho é discutir ideias de Ludwik Fleck através de uma síntese do estudo de caso realizado por Fleck sobre a doença sífilis articulada a um episódio da história da ciência, a reação de Wassermann, e sua relação com outros conhecimentos históricos. Aspectos fundamentais da teoria do conhecimento de Fleck são apresentados ao longo desta síntese, tendo presente que suas ideias não são recentes, mas entendendo que mantêm certa atualidade quando confrontadas com características do trabalho científico atual, especialmente na Física Moderna. Visa também contribuir com o debate epistemológico em curso na literatura e discutir o potencial das categorias propostas por Fleck para uma melhor compreensão de aspectos associados à Educação em Ciências. Abstract. The objective of this paper is to discuss ideas of Ludwik Fleck through a synthesis of case study carried out by Fleck on the syphilis disease associated with an episode in the history of science, the Wassermann reaction, and its relationship with other historical knowledge. Key aspects of Fleck's theory of knowledge are presented throughout this synthesis, bearing in mind that his ideas are not new, but supposing that they keep right today when confronted with characteristics of current scientific work, especially in Modern Physics. It also aims to contribute to the epistemological debate in the literature and to discuss the potential of the categories proposed by Fleck for a better understanding of aspects related to Science Education. Palavras-chave: natureza da ciência, Ludwik Fleck, ensino de Física
Um dos grandes desafios da Educação Básica do Brasil do século XXI é a implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08, as quais tornam obrigatória a inclusão do ensino da História da África, da Cultura Afro-Brasileira e Indígena, nos currículos dos estabelecimentos de ensino do País, na luta por uma sociedade mais igualitária. No entanto, do ponto de vista prático, o debate atual em torno dessas Leis bem como das práticas pedagógicas e didáticas desenvolvidas nas escolas estão quase que exclusivamente restritas às iniciativas feitas no contexto de disciplinas das Ciências Humanas e Sociais. Ancorado em referenciais teóricos da Astronomia Cultural e da Pedagogia Dialógica de Paulo Freire, o presente trabalho apresenta uma Sequência Didática diversificada com o objetivo de permitir, nas aulas de Ciências/Física da Educação Básica, embora ela possa também ser aplicada no Ensino Superior, uma ampla discussão acerca dos pressupostos históricos, culturais e científicos do céu Africano, Indígena e do assim denominado céu Ocidental. Tomando as constelações em variadas culturas como ponto de partida, o presente trabalho soma-se às iniciativas que buscam articular a garantia de direitos humanos e sociais e o respeito à diversidade étnico-racial. Trata-se, assim, de um exemplo simples, por meio de um objeto virtual de aprendizagem e de um material didático construído em sala, de como aulas de Ciências/Física podem contribuir nos Ensinos Fundamental e Médio, com uma educação mais crítica, antidiscriminatória, antirracista, emancipatória e diversa, levando em conta as diferentes alteridades, ou seja, o “outro”.
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