ResumoEste estudo procura contribuir para caraterizar de que forma o afeto positivo, o afeto negativo e o nível de autoeficácia percebida se expressam no adolescente escolarizado, e como essas dimensões contribuem, ou não, para uma experiência de vida equilibrada. A amostra inclui 93 estudantes do ensino básico. O estudo é quantitativo de cariz descritivo-correlacional. Apresentam-se análises de associação e de avaliação da diferença nas médias tomando subgrupos combinados. Os resultados são discutidos, concretizando a sinalização de implicações para a intervenção e a investigação psicológicas.
Palavras-chave:autoeficácia percebida, afetos, aprendizagem cooperativa, rendimento académico.
AbstractThis study seeks to understand how the positive and negative affect and the perceived level of self-efficacy are expressed in adolescents during their developmental period, and how these dimensions contribute or not to a balanced life experience. The initial sample is 93 participants in elementary education. The procedures and results of the association analysis between variables and assessment of difference in means are presented, taking combined subgroups. The results are discussed, concretizing the signaling of implications for psychological intervention and investigation. Keywords: perceived self-efficacy, affections, cooperative learning, academic performance.
IntroduçãoA adolescência é um período marcado por diversas transformações corporais, emocionais e sociais, que influenciam de modo significativo a perceção do adolescente relativamente a si próprio e a quem o rodeia. Assim, importa perceber a forma como diferentes fatores individuais e sociais podem interferir no modo como o adolescente se comporta, comunica e relaciona.Investigações ao nível do processo de ensino-aprendizagem reforçam o impacto positivo e/ou negativo que os afetos e as expetativas parecem assumir em contexto escolar. Dentro destas expetativas destaca-se a autoeficácia, que compõem a teoria social cognitiva desenvolvida por Bandura (1977), dando contributo em estudos sobre o comportamento humano, destacando-se como a sua representante intrapessoal, procedendo como mediadora entre a cognição, emoção e motivação. Para muitos autores (e.g., Bardagi & Baff, 2010; Costa-Lobo, 2011; Laochite, Filho, Matos, & Sachimbombo, 2016;Noronha, Freitas, Piovezan, & Joly, 2013) que demonstram uma grande congruência na referência a este construto, a autoeficácia é vista como a perceção que o sujeito tem a respeito das suas capacidades na concretização de determinada tarefa ou acontecimento, sendo explicada como a convicção que o indivíduo tem sobre as suas próprias capacidades, bem-estar e realizações profissionais, sendo capaz de realizar e organizar atividades em distintas situações.No campo educacional, acredita-se que a autoeficácia influencia o desempenho escolar e, ao mesmo tempo, é influenciada por ele, tendo implicações no desenvolvimento do aluno. Os estudantes com elevado senso de autoeficácia tendem a ser mais persistentes e a esforçar-se mais do ...