Acesso de Pessoas Trans à Saúde: uma Análise das Práticas de Profissionais

Abstract

Para as pessoas trans, a estigmatização e discriminação, produzidas pelas normas regulatórias de gêneros, impossibilitam o acesso e comprometem a qualidade nos serviços públicos de saúde. Este artigo discute o atendimento e o direito à saúde integral, a partir de uma pesquisa qualitativa que buscou analisar as barreiras para o acesso dessa população nesses espaços. Foram realizadas entrevistas com profissionais da saúde pública de Curitiba/PR, abordando o conhecimento sobre transexualidades e travestilidades, políticas públicas de saúde para travestis e transexuais, e experiências de atendimento. Para a análise dos dados, foi utilizada a análise das práticas discursivas das/os profissionais por meio das categorias: aceitabilidade, acessibilidade, qualidade e disponibilidade. Observou-se que as normas regulatórias de gênero incidem na prática das políticas e no atendimento às pessoas trans, dificultando seu acesso aos serviços públicos de saúde.

Acesso aos cuidados em saúde de travestis e mulheres transexuais no Brasil

“…E por vezes nesses espaços sofrem com violência institucional ao ser negado a elas os direitos de cidadania (Rocon et al, 2020, Ferreira et al, 2017. Nos serviços de saúde elas são vistas como estranhas e ambíguas (Oliveira et al, 2020, Sehnem et al, 2017, Reis et al, 2021, Baccarim & Tagliamento, 2020.…”

“…As normas regulatórias de gênero binário presentes nos discursos dos trabalhadores da saúde no artigo de Baccarim e Tagliamento (2020) mostram as barreiras ao atendimento da população transexual. Ao abordarem as pacientes transexuais como qualquer outro usuário, os profissionais de saúde deixam de colocar em prática o princípio do SUS de equidade que é tratar de modo diferenciado a quem mais precisa (Baccarim & Tagliamento, 2020). Assim, as equipes que poderiam criar um ambiente de acolhimento e maior bem estar para essa população invisibilizada no SUS terminam por repetir atitudes preconceituosas.…”

“…Assim, as equipes que poderiam criar um ambiente de acolhimento e maior bem estar para essa população invisibilizada no SUS terminam por repetir atitudes preconceituosas. Os profissionais de saúde em sua maioria, reconhecem a necessidade de educação em saúde que abarque as questões da população transexual e atendimento transespecífico para melhor acolher e ser mais resolutivos nas demandas dessas pacientes que deixam de frequentar os serviços de saúde não apenas pelo preconceito, mas, também por não terem suas necessidades de saúde atendidas (Oliveira et al, 2020, Sehnem et al, 2017, Baccarim & Tagliamento, 2020.…”

Instagram como instrumento de educação em saúde e cidadania para transexuais: relato de experiência

“…1 Associada a educação em saúde à presença de uma educação de qualidade, potencializa a escuta ativa dos profissionais de saúde, sendo destacada como indispensável para a assistência aos pacientes transexuais, a fim de compreender as questões apresentadas para garantir a integralidade, universalidade e equidade, ou seja, os princípios básicos do SUS. 2 Com a oportunidade de alcance virtual, utilizar a internet para a educação em saúde se faz necessária quando se busca atingir um público maior, facilitando a ampliação do conhecimento dos acadêmicos de enfermagem em seu processo formativo. Isso também colaborando para uma assistência em concordância com as políticas públicas do SUS.…”

“…Isso também colaborando para uma assistência em concordância com as políticas públicas do SUS. 2 Tendo em vista que em 2020 houve um isolamento social global, decorrente da pandemia pelo vírus SARS-CoV-2, o mundo precisou se desconectar das atividades coletivas presenciais para se proteger. Esse movimento gerou uma necessidade de se reinventar e buscar novos meios de interação social.…”