2014
DOI: 10.1590/s0104-71832014000200012
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Aborto e corporalidade: sofrimento e violência nas disputas morais através de imagens

Abstract: O artigo analisa representações do aborto por meio do discurso e imagens contidas em documentários. Na controvérsia do aborto no espaço público, grupos alinhados pró-vida e pró-escolha buscam o audiovisual como meio de propagar suas mensagens políticas. A retórica visual pró-vida recorre a imagens de diferentes estágios do desenvolvimento para provar a individualidade de embriões e fetos e sua condição de pessoa dotada de direitos. O movimento pró-escolha constrói seu discurso por meio de relatos de pessoas qu… Show more

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“…Esse tipo de produção tem início com o documentário O grito silencioso 19 , de 1984, e permanece ao longo dos anos. Naara Luna (2014), ao analisar parte da produção fílmica que circula entre os movimentos antiaborto no Brasil, observa que o uso de imagens, filmes e documentários por esses grupos é recorrente. No que se refere à temática específica sobre a anencefalia, levantamos a produção de cinco documentários sobre o tema, sendo três deles favoráveis à ação: Uma história Severina (2005), Habeas Corpus (2005) e Quem são elas (2006).…”
Section: A Constituição De Sujeitos De Direitosunclassified
“…Esse tipo de produção tem início com o documentário O grito silencioso 19 , de 1984, e permanece ao longo dos anos. Naara Luna (2014), ao analisar parte da produção fílmica que circula entre os movimentos antiaborto no Brasil, observa que o uso de imagens, filmes e documentários por esses grupos é recorrente. No que se refere à temática específica sobre a anencefalia, levantamos a produção de cinco documentários sobre o tema, sendo três deles favoráveis à ação: Uma história Severina (2005), Habeas Corpus (2005) e Quem são elas (2006).…”
Section: A Constituição De Sujeitos De Direitosunclassified
“…Especificamente o tema do aborto aparece com força diante do acirramento do conservadorismo no país, bem como de discussões promovidas pelos casos de anencefalia, Zika, microcefalia e violência sexual, que fizeram a questão chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os trabalhos publicados sugerem duas tendências: de um lado, o debate público e jurídico , com etnografias que vão das representações midiáticas às sessões do STF, em que se discutem o estatuto do feto e o conceito de vida (Luna, 2014;Codonho, 2013); de outro lado, os itinerários abortivos, que cobrem desde a realização de abortos clandestinos (Porto; até os serviços de saúde disponíveis para os casos previstos em lei -risco à vida da mulher e gravidez em decorrência de estupro -ou autorizado pelo STF -gestação de fetos anencéfalos (Porto;Costa, 2018). Ao ressaltar a ideia de itinerários abortivos, esses trabalhos mostram que as diferenças socioeconômicas levam a diferentes caminhos em relação ao aborto, com maior segurança para as pessoas de maior poder aquisitivo: "A ilegalidade do aborto no Brasil não impede a sua realização em condições muito diversas que espelham um grave quadro de desigualdades sociais" (Heilborn et al, , p. 1700.…”
Section: Saúde Políticas Identitárias E Da Vida: Gênero Sexualidade Raça E Deficiênciaunclassified
“…As temáticas polêmicas citadas acima envolvem uma pluralidade notável de campos discursivos que atravessam e interagem com a religião. Tomando o aborto como exemplo, existe um conjunto de disputas e discursos centrados na discussão do direito -o Supremo Tribunal Federal constituindo-se como um espaço fundamental dessa dimensão -; por outro lado, existem também as polêmicas técnico-científicas avançadas por médicos e geneticistas sobre a natureza do feto e suas implicações para as disputas em torno da noção de "vida", um ramo da questão que recebeu a atenção de pesquisas como a de Luna (2007Luna ( , 2009Luna ( , 2014a. O discurso dos próprios políticos também aparece como um campo retórico específico, como apontam os trabalhos de Gomes (2009a), Luna (2014b), Duarte et al (2009), entre muitos outros.…”
Section: Religião E Política Pós-1988: Disputas E Polarizaçõesunclassified