O presente estudo objetivou analisar situações conflituosas interpares no contexto da Educação Infantil a partir do aporte teórico da Epistemologia Genética, especialmente no desenvolvimento da moralidade em sua relação com os conceitos de egocentrismo e descentração. Para isso, os dados foram coletados por meio de observação participante e registros em diário de campo, em uma turma de Educação Infantil III, de um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) situado em uma cidade do norte do Paraná. Participaram 16 crianças com idades entre 2 e 3 anos e 2 professoras. Os dados foram analisados na perspectiva qualitativa. Os resultados revelaram que o fator predominante nas situações de conflitos foi o pensamento egocêntrico – característico do período pré-operatório no qual se encontram as crianças participantes do estudo. Da parte das professoras, observou-se dificuldades para mediar os conflitos entre as crianças, tais situações não foram tomadas enquanto construtivas para a descentração do pensamento e das ações em direção à autonomia e respeito mútuo. Nas ações autoritárias e heterônomas observadas, o ambiente sociomoral construtivista para as relações cognitivas, sociais e afetivas deixou de ser instalado.