A Palavra É... Genocídio: A Continuidade De Práticas Racistas No Brasil

Abstract

ResumoAs práticas de extermínio no Brasil têm se dirigido a pobres, mas especialmente a negros pobres. A partir da análise da definição jurídica internacional de genocídio, empreendemos uma investigação acerca do que se produz como sentido sobre e para esta população, no cotidiano. Tomamos como estratégia metodológica a bricolagem, na busca de capturar o que escapa em atos do que o discurso racista busca negar. Nos diversos fragmentos apresentados, tomados de cenas comuns, compartilhadas na cultura e na história, podemos entender a lógica de desqualificação imposta aos negros, bem como uma lógica institucionalizada que aponta para esta população como sendo uma fonte potencial do mal, a ser controlada e eliminada. Além de tais práticas resultarem, de fato, em mortandade consentida de alguns, impõem um cotidiano que produz outros efeitos: diversas formas de morte em vida, seja pelo silenciamento, seja pela imposição de um lugar de desvalorização naturalizada.

A Historicidade da loucura e a luta antimanicomial e a desinstitucionalização no Brasil

“…Acrescenta-se ao tecer do tempo, os métodos de aniquilamentos de determinados grupos de pessoas. No entanto, nem sempre tais fatos ocorreram atrelados a processos ligados às guerras, ocorrendo em momentos em que se encontrava sensação de serenidade, que se mostra uma situação abominável, o genocídio (Vergne et al, 2015). Segundo o Dicionário Aurélio (2022), a Etimologia :palavra genocídio deriva da junção de geno-, do grego "genus", que significa raça, e do sufixo -cídio, do latim "caedere", com sentido de matar.…”

Banalidade Do Mal E Manutenção Da Ordem Social: O Terceiro Reich E O Racismo No Brasil

“…Se o transformo em algo mais próximo do animal, é possível exterminar, pois não se trata de outro como eu." (VERGNE et al, 2015).…”

“…Este, através da internalização forçada dos valores e ideais do branco, é obrigado a adotar para si modelos incompatíveis com seu próprio corpoo fetiche do branco, da brancura. (VERGNE et al, 2015).…”

O Que a Juventude Negra Do Slam Tem a Dizer Para a Psicologia Social?

“…A poesia de Belchior que introduz esse subtítulo provoca-nos para uma história que não foi contada de um determinado grupo social. O diário poético narrado pela juventude negra apresenta a continuidade de práticas racistas no Brasil que se perpetuam ainda nos dias de hoje (Vergne, Vilhena, Zamora, & Rosa, 2015). Silva (2004) apresenta uma perspectiva genealógica para investigar a invenção da psicologia social por entender ser uma perspectiva que não busca uma origem ou uma identidade de algo, mas desnaturaliza aquilo que é dado como evidência, mostrando como o mesmo é historicamente construído.…”