debate com o qual a pesquisa pretendeu contribuir ao adicionar substrato empírico. Além disso, com base em alguns estudos do início dos anos de 1990 foi possível fazer comparações entre resultados, principalmente naquilo que constituiu o centro deste trabalho de investigação: em que e onde trabalham os cientistas sociais? Quais os setores do mercado de trabalho são os mais "porosos" para esta formação? 2 Para os cientistas sociais, que já costumam lançar um olhar introspectivo com maior frequência, os resultados e as análises aqui expostos servem menos para indicar um novo caminho, uma sociologia ao todo diferente, do que para repensar algumas partes já consolidadas como uma abordagem mais ampla, que chamo aqui de uma sociologia dos cientistas sociais. Tentarei trilhar parte desse caminho ao entrar, em seguida, no debate em torno da profissão e do mercado de trabalho dos cientistas sociais.Durante aproximadamente um ano (entre outubro de 2007 e agosto de 2008) realizei um longo processo de coleta de dados sobre as trajetórias profissionais de cientistas sociais e de economistas, selecionados aleatoriamente a partir de listas de egressos de quatro cursos do estado de São Paulo. Cada sorteado era localizado e contatado usando um procedimento padrão (por telefone ou e-mail), convidando-os a participar da pesquisa respondendo um questionário e o retornando anonimamente. O objetivo deste texto é simples: apresentar uma sistematização dos dados deste survey no que diz respeito ao conjunto dos cientistas sociais. 1 Antes, porém, mostro o contexto geral da pesquisa, passando por algumas minúcias metodológico-operacionais, e discorro sobre o