Trata-se de uma resenha crítica sobre a mais recente obra de José d’Assunção Barros, "As hipóteses nas Ciências Humanas: aspectos metodológicos". A obra em questão traz à tona questionamentos e discussões que, por vezes, são menosprezadas no cotidiano da formação de novos pesquisadores em Ciências Humanas de modo geral. E, nesse sentido, representa uma leitura fundamental para todos os investigadores, experientes ou em formação, posto que proporciona um repensar de perspectivas teóricas e metodológicas relevante para as atividades de pesquisa, mas também para as atividades de orientação de jovens pesquisadores.
Resumo Trata-se de resenha crítica da obra História de vida vivenciada e história de vida narrada: Gestalt e estrutura de autoapresentações biográficas da socióloga alemã Gabriele Rosenthal, traduzida e lançada no Brasil em 2017. O exercício intelectual empreendido pela autora ao situar as histórias de vida e as narrativas biográficas nos horizontes epistemológico, teórico, metodológico e também frente a debates consagrados no interior da Sociologia (tais como: indivíduo e sociedade ou objetividade e subjetividade) ganha aqui centralidade, com vistas a apontar o lugar de uma obra como esta no cenário das ciências sociais no Brasil.
O trabalho retraça as trajetórias formativas de dez intelectuais portugueses da área das Ciências da Educação, com vistas a analisar a relação entre as histórias individuais de um grupo de agentes e o espaço social que comporta este mesmo grupo. A partir de uma investigação ancorada na Sociologia Compreensiva, que congrega as abordagens quanti e qualitativa (mixed methods) e tem na perspectiva bourdieusiana seu principal quadro referencial, escrutina-se o corpus analítico composto por dez entrevistas biográficas. Para tal, apresenta inicialmente uma reflexão acerca do papel da objetivação das narrativas biográficas sobre os processos formativos dos homens e mulheres da Academia, com especial preocupação em apontar a necessidade de se abandonar o tratamento baseado no discurso que coloca o que deveria ser o intelectual sobreposto ao que de fato é este sujeito. Em seguida, são discutidas as entrevistas e o trabalho de categorização e de análise realizado a partir delas, os itinerários formativos e a escolha e entrada na área de atuação ganham, pois, relevo no exercício de compreender os tipos de destino social trazidos à tona a partir do estudo do Homo Academicus e de sua história. Para além de revolver questões epistêmico-metodológicas em torno da pesquisa biográfica, os resultados deste estudo apontam entrecruzamentos nos espaços dos possíveis entre os percursos dos diferentes sujeitos estudados e o desenvolvimento do campo acadêmico das Ciências da Educação em Portugal.
Resenha da obra "The Good University: what universities actually do and why it’s time for radical change", da socióloga australiana Raewyn Connell, publicada em 2019 em Londres pela Editora Zed Books Ltd.
Os exercícios de autorreflexão têm marcado a história da Sociologia da Educação (SE) no Brasil: ao passo que a disciplina tem se desenvolvido, pesquisadores que a compõem têm se dedicado a pensar as suas bases, sua trajetória, disputas e contradições. O fato de, nesse país em específico, a SE estar situada na interseção de duas áreas – a Sociologia e a Educação – confere-lhe uma heterogeneidade particular. O presente artigo toma esta interseção à análise e se propõe a dar continuidade ao debate acerca das especificidades da SE brasileira, para tal toma como objeto de pesquisa a sua agenda de investigação. Os programas de pós-graduação (PPGs) de Sociologia e de Educação serviram de base para o mapeamento daqueles que apresentam linhas de pesquisa diretamente ligadas à SE, os professores/pesquisadores credenciados em tais linhas tiveram seus currículos escrutinados com vistas a mapear os projetos de pesquisa em andamento, estes projetos, por fim, constituíram nossa principal fonte para traçar a agenda de pesquisa da Sociologia da Educação na atualidade.
Resenha do livro de MIGLIEVICH-RIBEIRO, Adelia; MATIAS FILHO, Manoel (Org.). O espaço do sociólogo: um balanço de trinta anos. Vitória, ES: Editora da Universidade Federal do Espírito Santo, 2019. 316 p.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.