A Influência da Denominação de Origem na Percepção de Consumidores de Café: Um Estudo com Brasileiros e Franceses

Abstract

As indicações geográficas conferem autenticidade aos produtos, estimulando a economia local. Dentre elas, a Denominação de Origem (DO) é a única a garantir padronização dos métodos de produção, inferindo qualidade ao produto final. As DOs brasileiras são utilizadas em âmbito nacional, mas podem conferir vantagem competitiva em nível internacional. Assim, este estudo analisou a utilização do selo de DO em cafés da região do Cerrado Mineiro e seu efeito na percepção de qualidade, confiança, intenção de compra e disposição de preço a pagar de consumidores brasileiros e franceses. Para isso, foi realizada uma pesquisa experimental com design fatorial 3x2, considerando três modelos de embalagem para o café, com variação na apresentação do selo “Made inBrazil” e na DO. A amostra foi composta por 180 casos válidos, sendo 90 consumidores franceses e 90 brasileiros. Os resultados mostram que o reconhecimento da região certificada influencia as percepções sobre o produto, tanto para os consumidores brasileiros quanto para os consumidores franceses.

Evaluating the soybean oil packaging characteristics in Brazilian Midwest region

“…Nevertheless, these authors are unable to determine a statistically distinct demographic profiles, likewise this study. The study by Dossin et al (2019), on the other hand, points out that additional designation of origin information positively affects Brazilian and French coffee consumers, with distinct profiles, corroborating the results found. Muratore and Zarbà (2011), consider which devices that facilitate product use can influence consumers in evaluating a product.…”

“…In the literature, some authors consider that additional information on food packages label are important attributes of consumer purchasing decisions (Carneiro et al, 2005;Dossin et al, 2019;Gadioli et al, 2013;Hoppert et al, 2012;Lima Filho et al, 2015;Romano et al, 2015;Vázquez-Araújo, et al, 2012;Oenning et al 2017). Thus, we considered the absence or presence of additional information prominently displayed on the packaging.…”

Intenção de compra de produtos locais em consumidores de estados brasileiros de alto sentimento bairrista

“…Apesar disso, Strehlau et al (2010) enfatizam que produtos nacionais tendem a causar um efeito "país de origem" perceptível nos consumidores, em especial nos brasileiros. Tal afirmação também já havia sido apresentada em outros estudos, reforçando essa relação entre as informações de origem do produto e o quanto isso impacta no consumo (MAHESWARAN, 1994;CATEORA, 1999;STEENKAMP et al, 2003;MIRANDA, 2017;DOSSIN et al, 2019). Nesta perspectiva, observa-se o olhar do consumidor para o produto, considerando que exista uma visão etnocêntrica.…”

“…Lorenz et al (2015) enfatizam que a regionalidade atribuída a diversos produtos se caracterizou como um importante critério na avaliação que os consumidores têm dos produtos e, principalmente, na tomada de decisão de compra do mesmo. Isto porque, dentre os processos de avaliação do consumidor entende-se que o aspecto afetivo é um dos mais significativos, compreendendo neste aspecto que, caso um consumidor tenha simpatia por determinada região, esta mesma simpatia será automaticamente transferida para o produto que apontar ser de lá (OBERMILLER et al, 1989;DOSSIN et al, 2019). Spini (2016) exemplifica o regionalismo a partir do Nordeste brasileiro, uma vez que este autor compreende a força nordestina a partir dos sentimentos de valoração regional e da valorização das tradições, peculiares aos moradores desta região.…”

“…Conforme Brum Neto et al (2008), a identidade existe em função da cultura, pois ela é capaz de exprimir suas características distintivas mais marcantes, às quais denominamos de valores culturais. Diante desta constatação, o reforço às origens identitárias e aos valores culturais fez surgir, no campo científico, a curiosidade pela compreensão da influência do etnocentrismo no consumo (SHIMP et al, 1987;OBERMILLER et al, 1989;STREHLAU et al, 2012;FERNÁNDEZ-FERÍN et al, 2013;LORENZ et al, 2015;DOSSIN et al, 2019).…”