1996
DOI: 10.1590/s0103-73311996000100006
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A economia do gozo e os impasses da justiça. Uma leitura psicanalítica da justiça

Abstract: Neste artigo pretende-se problematizar a concepção de lei em psicanálise, pelo questionamento a um referencia! centrado apenas na linguagem. Para isto, o autor considera a desarmonia existente entre o registro da lei e as práticas da justiça no Brasil, para pensar uma concepção de sujeito que leva em consideração as relações entre a economia psíquica e a economia política.

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“…É em torno de um lugar vazio de poder que a pactuação social se estabelece, e a partir da qual os irmãos vêm a se relacionar horizontalmente. Mas será preciso que todos abdiquem do lugar narcísico de onipotência, lugar em que o sujeito permaneceria como fonte da lei, do permitido e dos ideais, pautando-se apenas por aquilo que o faria gozar (BIRMAN, 1996). Conforme apontado em Totem e tabu, e posteriormente retomado em Mal-estar na civilização -dessa vez sob a égide do conflito entre Eros e Thanatos -, a civilização apresenta-se como ordenadora do gozo, via substituição fundamental do poder do indivíduo pelo poder da comunidade, a qual passa a se chamar "Direito" (FREUD, 1930(FREUD, /2010.…”
Section: Pertencimento E Exclusão: Aportes Freudianosunclassified
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“…É em torno de um lugar vazio de poder que a pactuação social se estabelece, e a partir da qual os irmãos vêm a se relacionar horizontalmente. Mas será preciso que todos abdiquem do lugar narcísico de onipotência, lugar em que o sujeito permaneceria como fonte da lei, do permitido e dos ideais, pautando-se apenas por aquilo que o faria gozar (BIRMAN, 1996). Conforme apontado em Totem e tabu, e posteriormente retomado em Mal-estar na civilização -dessa vez sob a égide do conflito entre Eros e Thanatos -, a civilização apresenta-se como ordenadora do gozo, via substituição fundamental do poder do indivíduo pelo poder da comunidade, a qual passa a se chamar "Direito" (FREUD, 1930(FREUD, /2010.…”
Section: Pertencimento E Exclusão: Aportes Freudianosunclassified
“…A respeito da questão do pertencimento no discurso freudiano, dois elementos nos parecem essenciais, aos quais iremos deter nossa atenção, retomando-os. Inicialmente, reforça Birman (1996), a alternância subjetiva entre os pólos alteritário e narcísico é o que possibilita afirmar não haver possibilidade de separação estanque entre indivíduo e sociedade. Logo, a psicanálise propõe uma leitura sobre a dimensão de pertencimento a partir da qual a sociedade não pode ser considerada simplesmente como uma esfera com a qual o sujeito se relaciona, pois se trata de uma esfera que o constitui; a emergência dele depende da internalização e apropriação de processos relacionais.…”
Section: Uma Lógica Da Exclusão: Vidas "Matáveis"?unclassified
“…Dessa maneira, a família é o lugar ideal onde os complexos se organizam e equilibram-se, assim organizando o nível de desenvolvimento psíquico (Nogueira, 2003). Birman (2001a), em A Economia do Gozo e os Impasses da Justiça, traz também a questão da onipotência, quando assinala que, para funcionar nas ordens da reciprocidade e da lei, o sujeito tem de perder e relativizar a sua onipotência. Caso contrário, o individuo irá acreditar que tem tudo o que é bom, e tudo que é ruim está no outro, pensando ter o poder de fazer tudo o que deseja na hora em que quiser.…”
Section: Afirmaunclassified
“…Para a mesma linha teórica, a lei está estritamente ligada ao Complexo de Édipo, pois, a partir dessa fase vivida no Édipo, estabelecem-se fatores como: os interditos básicos à ordem humana, onde também se delineiam as proibições, as relações intersubjetivas, e, juntamente, surge o universo das permissões. É nesse período também que devem ficar claras as interdições edípicas, como não matar o próximo, não ferir o corpo do outro, não tirar os bens e objetos dos outros para satisfazer seu desejo e/ou para ter prazer (Birman, 2001a).…”
Section: Afirmaunclassified
“…Diante do exposto, tomamos a tarefa de investigar e esclarecer alguns desses elementos "paradoxais" através de um aprofundamento teórico das categorias-chaves implicadas no problema, aliado a uma pesquisa de campo efetuada com os próprios sujeitos em questão. Acreditamos que, ao nos guiar por um espírito crítico e uma reflexão histórica que deve presidir as investigações nas ciências humanas, optamos por não partir de suposições "óbvias", nem de "evidências" estabelecidas a priori , mas nos abrir a discussões, mesmo quando suspeitamos da continuidade de um dado fenômeno 27 ; até porque, a permanência mesma de um dado fenômeno no decorrer da história é, no mínimo, deveras significativa, incitando-nos nesse caso, a investigar as atuais configurações.…”
Section: Capítulo I Unidimensionalidade E/ou Narcisismo -unclassified