Abstract:RESUMO:O artigo examina a crítica da razão governamental moderna efetuada por Foucault sob dois aspectos fundamentais: em primeiro lugar, analisa a noção de crítica a partir de uma certa leitura que faz de Kant, articulada a uma ontologia do presente. Em segundo lugar, investiga o lugar ocupado pelo liberalismo neste procedimento crítico. Procura enfim mostrar que a crítica de Foucault escapa à imputação de reformismo. uma conferência pronunciada em 1979 nos Estados Unidos, Foucault explicava o que era, a seu … Show more
“…Michel Senellart (1995) elaborou, de forma densa e detalhada, o estatuto da crítica enquanto crítica da razão governamental. Para tanto, ele se apoia, além do texto acima mencionado, no ensaio em que Foucault define a crítica a partir de uma leitura singular de parte da obra de Kant, remetida ao projeto de construir uma "ontologia do presente" (Foucault, 1994, IV: 562-578), a par dos cursos.…”
Section: Deslocamentos E Perturbações: O Estatuto Da Críticaunclassified
Foucault visitou o Brasil, não poucas vezes, entre 1965 e 1976. A primeira, em razão de um convite do Departamento de Filosofia da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, iniciativa de um docente, Gérard Lébrun, que havia sido seu aluno. Na época, era quase desconhecido no milieu acadêmico brasileiro, cujo debate intelectual gravitava em torno das diferentes correntes do marxismo. Veio para ministrar curso sobre obra que se encontrava no prelo, As palavras e as coisas (1966 Não é preciso dizer que a presença de Michel Foucault na universidade brasileira sempre foi objeto de enorme curiosidade e inquietação intelectuais.Afinal, ele era, tal como outros intelectuais franceses -Sartre e Aron, para lembrar alguns dos mais notórios -o que hoje se reconhece como intelectual pú-blico, personagem não apenas voltado para a discussão de questões sociais e sociol. antropol. | rio de janeiro, v.07.01: 33 -61, abril, 2017 http://dx
“…Michel Senellart (1995) elaborou, de forma densa e detalhada, o estatuto da crítica enquanto crítica da razão governamental. Para tanto, ele se apoia, além do texto acima mencionado, no ensaio em que Foucault define a crítica a partir de uma leitura singular de parte da obra de Kant, remetida ao projeto de construir uma "ontologia do presente" (Foucault, 1994, IV: 562-578), a par dos cursos.…”
Section: Deslocamentos E Perturbações: O Estatuto Da Críticaunclassified
Foucault visitou o Brasil, não poucas vezes, entre 1965 e 1976. A primeira, em razão de um convite do Departamento de Filosofia da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, iniciativa de um docente, Gérard Lébrun, que havia sido seu aluno. Na época, era quase desconhecido no milieu acadêmico brasileiro, cujo debate intelectual gravitava em torno das diferentes correntes do marxismo. Veio para ministrar curso sobre obra que se encontrava no prelo, As palavras e as coisas (1966 Não é preciso dizer que a presença de Michel Foucault na universidade brasileira sempre foi objeto de enorme curiosidade e inquietação intelectuais.Afinal, ele era, tal como outros intelectuais franceses -Sartre e Aron, para lembrar alguns dos mais notórios -o que hoje se reconhece como intelectual pú-blico, personagem não apenas voltado para a discussão de questões sociais e sociol. antropol. | rio de janeiro, v.07.01: 33 -61, abril, 2017 http://dx
“…Portanto, se as novas técnicas de governo instituem a atitude crítica no eixo da governamentalidade positiva, isto é, na gestão das circunstâncias sob as quais se pode ser livre, as formas de exercício dos processos econômicos do século XX instituem um individualismo instrumental que garante a produção da liberdade de que se precisa para bem governar (SENELLART, 1995).…”
Section: Critérios De Ação Governamentalunclassified
“…A crítica é igualmente, com efeito -é seu terceiro sentido -a experiência permanente de ultrapassagem, que precisa ser reencenada, das linhas de crise que atravessam um sistema (suas fronteiras). (SENELLART, 1995).…”
ResumoO presente artigo tem por objetivo fazer uma análise do tema do acesso à verdade e da espiritualidade nas obras de Michel Foucault em sua última fase, tendo em vista suas implicações para a construção do discurso teológico. A preocupação será identificar em que medida é possível empreender um saber teológico tendo como pressupostos as investigações de Foucault sobre o cuidado de si. Os temas que envolvem o acesso à verdade e a espiritualidade no pensamento foucaultiano possibilitam uma transversalidade com os modos de construção do saber teológico, sobretudo pelo fato de que o cristianismo e a teologia ocidental se apropriaram das técnicas de si engendradas no período grecoromano, que resultou nas formas de pensamento a respeito da subjetividade engendradas na modernidade. A identificação desse campo de investigação permite à teologia um novo caminho para o diálogo contemporâneo e para uma revisão dos modos de afirmação de uma ação pastoral voltada para a condição humana em sua realidade vivencial.
Palavras-chave:verdade; espiritualidade; subjetividade; teologia; filosofia.
AbstractThis article aims to analyze the issue of access to truth and spirituality in the works of Michel Foucault in his last phase, given its implications for the construction of theological discourse. The concern is to identify to what extent it is possible to undertake a theological knowledge with presuppositions as investigations of Foucault on care of the self. The issues surrounding the access to truth and spirituality in Foucault's thinking provides a transversal with the way of construction of theological knowledge, especially by the fact that Christianity and Western theology appropriated the techniques of the self in the Greco-Roman period, which resulted in ways of thinking about subjectivity in modernity. The identification of this field of research enables Theology a new way to for contemporary dialogue and a review of the ways of asserting a pastoral action towards human condition in its experiential reality.
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