A antissepsia cirúrgica das mãos de profissionais no cotidiano de um centro cirúrgico.

Abstract

A antissepsia cirúrgica das mãos deve ser realizada antes de procedimentos de alto risco de contaminação, como é o caso de cirurgias, e constituise de medida importante para a prevenção de infecções de sítio cirúrgico. Este estudo teve o objetivo de observar e analisar a prática da antissepsia cirúrgica das mãos em um centro cirúrgico de um hospital de ensino. Estudo descritivo quantitativo, realizado em 2009, no centro cirúrgico de um hospital de ensino de GoiâniaGO, com membros de equipes cirúrgicas. Das 54 antissepsias observadas, em 87% houve escovação errônea de antebraços e dorso das mãos, em 94,5% não foram mantidos movimentos unidirecionais, e 31,5% dos profissionais contaminaram as mãos após a antissepsia.

Métodos e eficácia da antissepsia cirúrgica das mãos no pré-operatório

“…A clorexidina está bastante presente no cotidiano profissional da enfermagem na antissepsia cirúrgica das mãos, apresentando-se em forma de antisséptico degermante onde conforme as pesquisas de Goulart, Assis e Souza (2011), Cunha et al (2011) e Dotto et al (2015, pode ser utilizada tanto para escovação quanto em fricção das mãos sem uso de artefatos. Barreto et al (2012) nos mostra que ambos são indicados para antissepsia cirúrgica das mãos por se tratar de um procedimento que requer ação prolongada do antisséptico utilizado, porém, o uso da clorexidina se sobrepõe ao do PVPI por apresentar um efeito residual de aproximadamente seis horas enquanto o PVPI em torno de trinta e sessenta minutos.…”

“…Além de mostrarem o uso da clorexidina destas duas formas possíveis, Cunha et al (2011), citam o desuso de artefatos na degermação das mãos, pois o principal fator na redução microbiana é o princípio ativo, independe de uso de escova, e de que a fricção das mãos é melhor tolerado na pele quando dispensado o uso destes artefatos. Barreto et al (2012), Menezes et al (2017), Cunha et al (2011) e Shen et al (2015), abordam ainda que o uso de artefatos na degermação com clorexidina propicia o aparecimento de lesões na pele do profissional, que ao invés de ser benéfico acaba expondo a risco de contaminação tanto o profissional como o paciente, além de levantarem um melhor custo benefício quando estes não são utilizados.…”

“…Outro problema levantado referente ao uso de clorexidina com artefato por Barreto et al (2012) é a falta de padronização do procedimento, onde traz como contribuição que as instituições que continuam utilizando este método de antissepsia cirúrgica das mãos, devem criar padronização e acompanhamento da técnica para garantir uma assistência segura ao paciente cirúrgico. Menezes et al (2017) e Lopes (2019) nos trazem que o uso das soluções alcoólicas na antissepsia cirúrgica das mãos no Brasil ainda é pouco difundida mesmo perante suas vantagens.…”

“…Além do risco de lesão já mencionado, Dotto et al (2015) e Barreto et al (2012) trazem ainda que além deste, o desconforto causado pela fricção da escova com a pele do profissional, pode levá-lo a reduzir o tempo da escovação, colocando a técnica em risco e ao contrário de ser benéfico, pode por em risco o binômio profissional-paciente.…”

“…Apesar do uso de luvas estéreis durante a paramentação cirúrgica, Barreto (2012) e Gonçalves, Graziano e Kawagoe (2012) nos trazem que além de apresentarem permeabilidade, cerca de 18% delas apresentam micro perfurações que passam despercebidas pela equipe e que pode aumentar a chance de infecção do sítio cirúrgico para o paciente, infecções esta que conforme Dos Santos, Burci e Weigert (2018) para serem evitadas, medidas devem ser tomadas desde o pré-operatório e envolvendo todos os profissionais da equipe cirúrgica.…”