INTRODUÇÃO: Estreptococo do grupo B (EGB) ou Streptococcus agalactiae em indivíduos imunossuprimidos, como os neonatos, pode resultar em uma série de complicações e doenças, podendo levar até à morte. OBJETIVOS: Caracterizar o perfil clínico-epidemiológico de gestantes colonizadas por S. agalactiae e determinar o perfil de sensibilidade antimicrobiana dos isolados em um hospital na Amazônia. MATERIAIS E MÉTODOS: As coletas dos espécimes clínicos foram realizadas no período de 15 de março a 15 de abril de 2019 considerando as diretrizes do Centers for Disease Control and Prevention. A identificação fenotípica foi realizada de acordo com as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e para o teste de sensibilidade antimicrobiana, foram seguidas as especificações do Clinical and Laboratory Standards Institute. RESULTADOS: A colonização por EGB foi detectada em 34,0% das gestantes; as doenças crônicas mais frequentes foram hipertensão (26,0%) e diabetes (10,0%). Os antimicrobianos linezolida, vancomicina e meropeném foram os mais eficazes contra as bactérias. Verificou-se alta taxa de resistência para ciprofloxacina (82,4%) e cloranfenicol (70,6%). Das cepas analisadas, 88,2% eram multirresistentes. CONCLUSÃO: A presença de EGB entre as gestantes de alto risco e a detecção de cepas multirresistentes, inclusive com resistência a penicilinas e cefalosporinas, traz à tona a importância da triagem para a detecção dessa bactéria durante a gestação e o início da antibioticoprofilaxia, ressaltando a necessidade de adequar a prática de acompanhamento pré-natal local às recomendações vigentes.