O presente artigo teve como objetivo investigar como ocorre a apropriação de referenciais teóricos curriculares em pesquisas no Ensino de Química. Foi realizada uma revisão bibliográfica, a partir de um levantamento nos Anais do Encontro Nacional de Ensino de Química - ENEQ. A busca foi feita por meio da consulta aos documentos disponíveis online das oito últimas edições do evento: 2006, 2008, 2010, 2012, 2014, 2016, 2018 e 2020. Os termos utilizados para realizar a pesquisa foram “currículo”, “currículos”, “curricular”, “curriculares”, todos eles presentes no título, resumo ou palavras-chave dos trabalhos completos inscritos na linha temática Currículo e Avaliação (CA). Foram analisados 39 trabalhos, por meio de quatro eixos: temática dos estudos, apropriação teórica do campo do currículo, articulação com outros autores e concepção de currículo defendida. As apropriações teóricas foram discutidas de acordo com cinco tendências dos estudos do currículo, sendo: i) o eficientismo social; ii) o progressivismo; iii) os estudos críticos; iv) os estudos pós-críticos; e, v) a teoria histórico-crítica de currículo. Como principais resultados, apontamos como tendência do currículo no Ensino de Química os estudos críticos e os pós-críticos, assim como, a necessidade de uma maior coerência teórica defendida pelos trabalhos e a importância do avanço nas pesquisas em currículo no Ensino de Química. A linha temática de Currículo e Avaliação no Encontro Nacional de Ensino de Química é uma das que apresentam o menor número de trabalhos inscritos, sendo possível afirmar que existe um grupo reduzido de pesquisadores brasileiros que se dedicam a estudar os currículos e as políticas curriculares.